15.10.15

OS MOAIS DA ILHA DA PÁSCOA



           - Tais Luso

Foi no século XX, nos anos 80, que começou a especulação mais detalhada dos Moais na Ilha da Páscoa, construídos entre 1200 e 1500 d.C. A ilha localiza-se a 3.007 quilômetros da costa do Chile. Esses nativos criaram esculturas de 3 a 10 metros de altura e de 25 a 50 toneladas, demonstraram a técnica de seus ancestrais.

A primeira suposição é que esse povo nativo,  Rapanui, usando picaretas de pedra bruta entalhavam uma estátua gigantesca da cratera de um vulcão extinto. Depois baixavam a estátua até a base do vulcão onde a colocavam num buraco, na posição vertical. Terminavam de esculpir e davam o polimento com pedra-pomes.

Faziam então uma moldura de bambu para a estátua, içavam-na com cordas, colocavam num trenó de madeira, e transportavam as esculturas e as colocavam viradas para o interior da ilha, como proteção ao povo Rapanui. Só restava levantar a estátua e colocá-la sobre a base de dois metros de altura.

Como faziam isso? Usando dois postes como alavanca, erguiam a estátua alguns centímetros e enfiavam pedras para manter a inclinação.
Repetiam esse processo muitas vezes até que a estátua ficasse de pé. Ao fim de certo tempo mais de 800 figuras gigantescas montavam guarda na pequena ilha do Pacífico. O tamanho desproporcional de suas cabeças era devido ao fato de os polinésios acreditarem que a cabeça era a sede da sabedoria.

A segunda suposição seria arrastar o Moai e incliná-lo para a frente e para cima, possibilitando aos Rapanui - centenas de homens - uma deslocação mais estável ao longo de centenas de metros.

Um grupo privado tem escavado a ilha para continuar as investigações e surpreenderam-se com alguns corpos escondidos. E surgem novas dúvidas: estiveram sempre assim ou a ilha sofreu um deslizamento e os Mois ficaram com uma parte do corpo enterrado? Alguns mistérios ainda continuam.









Referências: 
Arte Contemporânea / Carol Strickland - Ediouro 2004
Obvious – cultura colaborativa



5.10.15

IBERÊ CAMARGO - SEU PROCESSO NA PINTURA

Iberê Camargo - Paisagem 1941
                                                                   


        Retratos, paisagens, naturezas-mortas, carretéis, explosões abstratas, tudo feito com paixão emergindo de uma força estranha. Tudo expressava um momento, muito longe da inércia.
       Em 1980, num incidente em uma das ruas do Rio de Janeiro, o artista matou um homem. O caso teve enorme repercussão. Esse episódio deixou Iberê extremamente abalado fazendo com que o artista retornasse ao figurativismo. Iberê volta para Porto Alegre em 1982, abrindo seu atelier na rua Lopo Gonçalves. Continua a produzir muito, em 1986 abre seu atelier no bairro Nonoai, e lança o livro No andar do tempo – 9 contos e um esboço autobiográfico.
     Sua obra torna-se trágica, com figuras esquálidas, onde pode-se ver incutido no artista, a tragédia: mais solidão e sofrimento. Sua vida foi, praticamente, transportada para as telas, tanto em suas fases tumultuadas como nas mais calmas. Suas pinceladas deixaram uma história rica na trajetória das artes.
      Todo o artista deixa sua vida nas telas brancas e frias; acabada a obra, tudo vira história, emoção, beleza e riqueza de detalhes. Mas, marcado por tragédias pessoais, a obra de Iberê mostra pinceladas dramáticas e amargas nos últimos anos de sua vida.
Ver link Iberê Camargo nesse blog: AQUI_
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     - Acróstico para Iberê Camargo   (por Jair Lopes)

       
     Imperioso nesse estilo sem concessão
     Beleza estará nos olhos de quem a vê
     Ele não divaga, vai ao olho do furacão
     Reproduz a dor sem dizer nem porquê.

     Ênfase na expressão e traço indefinido
     Contraria as escolas por aí renomadas
     Assume a tristeza e morte sem alarido
     Mestre de visões originais e inusitadas.

     A Iberê me curvo em muda admiração
     Registro minha reverência mais sincera
     Grande no Brasil e neste velho mundão
     O mais instigante criador que houvera.

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13.9.15

JOAN MIRÓ EM FLORIANÓPOLIS - SC




Finalmente, deixando São Paulo, a mostra do catalão Joan Miró chega, agora, em Florianópolis, no Museu de Arte de Santa Catarina. 

A exposição A Força da Matéria, com suas 112 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos e gravuras, permanecerá até 15 de novembro de 2015.

O belo Museu de Santa Catarina está representado entre outros artistas por obras de Eduardo Dias, Malinverni Filho, Martinho de Haro, Eli Heil, Elke Hering, Rubens Oestroem, Henrique Schwanke, Juarez Machado, Rodrigo de Haro.

Na coleção Nacional o Museu conta com Di Cavalcanti, Cândido Portinari, Djanira, Alfred Volpi, Tarsila do Amaral, Guignard, José Pancetti, Carlos Scliar, Iberê Camargo, Tomie Ohtake, Aldo Bonadei, Mario Zanini, Lula Cardoso Ayres, Frans Krajcberg, Antonio Maia, Marcelo Grassmann, Fayga Ostrower, Antonio Henrique Amaral, Livio Abramo. 

- Joan Miró 1893/1983.-

Veja matéria de Joan Miró, como também sua passada por São Paulo:









7.9.15

RODRIGO DE HARO




Rodrigo De Haro nasceu em Paris / França, em 6 de maio de 1939. Poeta, mosaicista, gravador e pintor. E também imortal da Academia Catarinense de Letras. É filho do também conhecido pintor Martinho de Haro, que ganhou como prêmio uma bolsa de estudos na França, onde passou longa temporada. Rodrigo nasceu em Paris e veio bebê para o Brasil logo que estourou a II Guerra, em 1939. Foi criado entre as tintas e pincéis na casa da família, na rua Altamiro Guimarães, no centro de Florianópolis, que era um local de encontro de artistas e intelectuais.

Em 1958, realizou sua primeira exposição individual na Faculdade de Direito de Florianópolis. Suas poesias datam desde 1960, como organizador do movimento surrealista – brotadas do inconsciente humano – e tem seus poemas publicados em livros e em antologias no Brasil, Espanha e Estados Unidos. Em 1987, trabalhou na decoração do Teatro Municipal de Florianópolis com 80 painéis - Mandalas.

Também trabalha com Art-nouveau e figuras orientais trabalhando com elementos diversificados. Suas obras espalham-se por diversos lugares, inclusive na Igreja de Santa Catarina de Alexandria, em homenagem à padroeira de Florianópolis. Entre muitas atividades, é autor, também, de todos os cenários do filme sobre Cruz e Sousa rodado pelo cineasta Sílvio Back.

Há anos, divide seu tempo entre Florianópolis e São Paulo, o que, com certeza, deve conferir mais visibilidade às múltiplas iniciativas em que sempre se envolve, emprestando seu talento não apenas às letras e às artes em geral, mas especialmente à arte do mosaico, que tem nele um realizador emérito, pelo estilo, pela força, pela surpresa de suas obras, pela extravagância do colorido e pela temática, sempre comprometida com nossa latinidade, nossa gente, nossa fé e nossa cultura.

Sua pintura há décadas que caminha junto com sua produção literária, ambas de estilo inconfundível, pessoal, onde estão presente os mesmos temas e obsessões. Podemos dizer que sua pintura é literária e sua poesia é, predominantemente, imagens visuais.





Clique nas obras para aumentá-las







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13.8.15

CARYBÉ – BIOGRAFIA E OBRAS


       
       - por Tais Luso

Carybé, o artista que traduziu o encantamento da Bahia! Mas seu verdadeiro nome é Hector Julio Páride Bernabó, e nasceu em Lanus, na Argentina, em 1911. Passou sua infância na Itália, entre Gênova e Roma e veio para o Brasil em 1920. Porém 10 anos depois, retorna para sua terra natal. Nesse meio tempo Carybé, dotado de grande talento para o desenho, estuda na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro e posteriormente na Escola de Artes Decorativas de Buenos Aires.

Nessa cidade inicia a carreira jornalística fazendo ilustrações para o jornal Notícias Gráficas. Mais tarde é contratado pelo Pregón, para fazer reportagens sobre o Brasil e é quando se entusiasma pela Bahia.

As obras que expõem pela primeira vez, no Museu Nacional de Buenos Aires, em 1940, são desenhos e aquarelas de estilo figurativo, representando motivos baianos.

Dez anos mais tarde depois de vir algumas vezes ao Brasil e de realizar várias exposições nas galerias de Buenos Aires, Carybé se fixa-se definitivamente (1950) em Salvador, integrando-se ao mundo artístico brasileiro, alcança êxito com seus quadros e painéis onde descreve cenas de dança e de capoeira através de traços rápidos e vibrantes; esculpe Orixás em madeira e prata ou pinta mulatas com cores vivas.

Seu currículo inclui dezenas de individuais no Brasil e no exterior e diversas participações em exposições coletivas. Em 1956 teve sala especial na Bienal de Veneza (Itália). Ilustrou livros de Mário de Andrade (Macunaíma - um dos grandes romances modernistas); de Rubem Braga (A Borboleta Amarela); de Gabriel Garcia Marquez ( O Enterro do Diabo); de Jorge Amado (O Sumiço da Santa) entre outros. Em 1996 expôs em Madri, e em Paris.

Artista de vários prêmios, participando de várias Bienais de São Paulo, ganhou como Melhor Desenhista Nacional de 1955. Seus painéis destinaram-se à decoração de edifícios públicos, executou em 1958 o painel do atual Aeroporto Kennedy, em Nova York.

Pela visita da Rainha Elizabeth, ao Brasil em 1969, foi-lhe ofertado uma obra de Carybé - pelo governo brasileiro. Dado a isso o artista recebeu um convite para expôr na Tryon Gallery de Londres.

Faleceu em na Bahia / Salvador em 1997 aos 86 anos. Foi gravador, pintor, desenhista, ilustrador, ceramista, muralista e jornalista.

Argentino, naturalizado brasileiro.











Referências: Bolsa de Arte do Rio de Janeiro /2003
Arte nos Séculos / Abril Cultural.



12.7.15

WASSILY KANDINSKY - ARTE ABSTRATA

Negro e violeta - 1924

- Tais Luso


Wassily Kandinsky, um dos pioneiros da arte abstrata, nasceu em Moscou / Rússia, em 1866 e faleceu em 1944, em Neuilly-sur-Seine. Esse pintor mudou a arte para sempre. Suas obras de cor pura e formas abstratas marcou uma revolução nas artes: o nascimento do abstracionismo.

Foi escritor, teórico, entalhador, litógrafo e pintor além de ter estudado Direito e Economia  na Universidade de Moscou. Depois o rumo foi outro: as artes!

Após uma exposição dos impressionistas franceses, no qual um dos quadros de Monet o impressionou muito - Montes de Feno -, abandonou a carreira como professor universitário do curso de Direito e em 1896 partiu para Munique a fim de estudar pintura. Seus primeiros trabalhos, portanto, tinham uma notória influência desses impressionistas franceses e da arte folclórica de sua Rússia. Participou, também, do movimento expressionista.

Em 1901 foi um dos fundadores de uma sociedade de vanguarda chamada Falange, na Alemanha, e o principal porta-voz da Art Nouveau. Suas pinturas, na virada do século, combinavam Art Nouveau com reminiscências da arte popular russa. 

Em 1908 o russo Kandinsky voltou à Munique e começou uma transformação: trocou o elemento figurativo pela abstração pura. Sua primeira ‘sinfonia visual’ foi mais pela busca do geométrico do que por uma linha figurativa. A sua busca pelo elemento não figurativo deu-se quando não reconheceu sua própria obra - figurativa - que estava de cabeça para baixo, vendo nela uma bela obra.

Antes de sua primeira exposição - 1910, O cavaleiro azul - Kandinsky apresentou seu ensaio acerca do espiritual da arte, que só conseguiu publicar dois anos mais tarde. Nesse livro Kandinsky desenvolveu suas ideias acerca de um estilo autônomo, de uma pintura que não careceria de descrição dos objetos. Nesse ponto o artista mostrou sua intenção de ser reconhecido como o inventor do primeiro trabalho abstrato. 

Não diria que o artista repudiava a representação, mas afirmava que o artista puro seria aquele que conseguisse expressar somente sentimentos interiores e essenciais, ignorando o superficial e o eventual. 

Em 1914 retornou à Rússia onde foi laureado por várias vezes. Porém, descontente com a ascensão do desenho industrial que subordinavam as belas artes, deixou a Rússia em 1921 assumindo o cargo de professor na Bauhaus.  

Em 1927 naturalizou-se alemão, mas em 1933 deixou a Alemanha rumo à França,  quando a escola foi fechada sob pressão do Partido Nazista, e Kandinsky  exilou-se em Paris, obtendo a cidadania francesa em 1939  permanecendo na França o resto da sua vida.


Algumas obras: 
Do espiritual na arte - 1912
Reminiscências - 1913
Ponto e linha sobre o plano - 1926
Esboço de uma obra II - 1909
Os Cossacos - 1910
Lirismo - 1911
Improvisação 31 - 1913
Composição VI - 1913
Composição 218 - 1919 
Círculos no escuro - 1921


A cor é uma força poderosa que influencia diretamente a alma...
e nela provoca vibrações.

No Azul - 1925
Mit und Gegen - 1929
On Points - 1928
Esboço VII - 1913
Transverse line - 1923


Veja vídeo

Com óculos de realidade aumentada, é possível ver o quadro  dividir-se  de acordo com o movimento do visitante, e acompanhar toda a complexidade das obras do artista. Essa exposição - com mais de 150 obras - ficará no Brasil até setembro de 2015. 
Atualmente encontra-se no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo.

24.5.15

JOAN MIRÓ E EXPOSIÇÃO EM SÃO PAULO





Domingo 24 de maio de 2015, abre a maior exposição em São Paulo (e no Brasil), do artista Joan Miró. São 112 obras, entre elas, algumas do acervo pessoal.
Essa exposição fica em cartaz até o dia 16 de agosto no Instituto Tomie Ohtake, com desenhos, gravuras, além de fotografias sobre a trajetória do pintor catalão.
O neto de Joan Miró, Joan Punyet Miró organiza as exposições do artista, que se tornou uma referência da arte moderna do século XX. Com o passar dos anos Miró deu vida e sentimento às obras através das cores. As obras foram escurecendo, principalmente com as perdas de amigos como Picasso e Dalí.  

Encanto do Renascer - 1941


Joan Miró, pintor, artista gráfico, projetista e ceramista nasceu em Barcelona em 1893. Suas pinturas são inconfundíveis, cheias de símbolos e signos.

Miro foi uma criança introvertida e colecionava plantas e pedras. Sua visão, como artista, estava mais direcionada no firmamento, nos pássaros e nas mulheres. Isso se verifica na série Constelações, composta por 23 obras, onde tudo aparece individualizado, mas simultaneamente entrelaçados por uma sutil ‘teia de aranha’. 

Na adolescência foi auxiliar de escritório numa loja de remédios em Barcelona. Em 1911, debilitado por ter contraído febre tifoide, foi para uma região montanhosa da Catalunha onde sua família tinha propriedade. Na doença, contrariando seu pai resolveu dedicar-se às artes. E aos 27 anos foi para Paris, onde conheceu Picasso e outros nomes de vanguarda.

O encontro com o surrealismo aconteceu 4 anos depois quando conheceu o pintor francês  André Masson. A tela O Carnaval do Arlequim - 1924 - marca a passagem influenciada pelo fauvismo e dadaísmo para uma linguagem de símbolos, grafismos, a fosforescência das cores alegres, elementos livres, divertidos e lúdicos. Após ter sido apresentado aos surrealistas por Masson, incorporou, também, elementos do acaso em suas pinturas. A arte de Miró é mais alucinatória que onírica (referente aos sonhos).

Seus quadros do começo da década de 1920 trazem marcas das visões que experimentou em épocas de pobreza e fome. Suas complexas paisagens são habitadas por estranhos seres feitos de hastes e amebas. As cores fortes e as formas fantásticas também são típicas do estilo de Miró; Hirondelle Amour é uma das quatro pinturas preparatórias para tapeçaria produzidas durante o período que marcou seu retorno à pintura após trabalhar em colagens e criações baseadas em obras primas holandesas.

Suas primeiras obras sofreram influências de vários movimentos modernos – fauvismo, cubismo e dadaísmo, porém era associado ao surrealismo cujo manifesto assinou em 1924. 

Sua força criativa vinha da liberdade de seu inconsciente. Segundo Breton, Miró foi o mais surrealista de todos. Embora sua obra tivesse muito de lúdica, a guerra civil espanhola não deixou de influenciar algumas de suas pinturas, deixando-as mais sombrias e até atormentadas, que o artista retrata em momentos difíceis e tristes de sua vida: a Espanha - sob a ditadura de Franco; a Europa ocupada pelos nazistas; seus amigos perseguidos na França ou exilados na América.

Em 1940 volta à Espanha - para escapar da invasão alemã – e a partir daí, em Majorca, trabalha com cerâmica. 

Nos Estados Unidos, trabalhou no mural em Cincinnati, no ano de 1947; em 1950 num mural para a Universidade de Harvard; em 1958 em dois murais de cerâmica: ‘O Mur du Soleil e ‘Mur de la Lune – edifício da UNECO, em Paris. Neste período envolveu-se, também, com litografia e com projetos de vitrais, já com 80 anos. Veio a falecer em Barcelona em 1983, aos 90 anos.


 
Horse, Pipe and red flowers


Decifrando o desconhecido

 
Hirondelle Amour





Mais sobre Miró clique aqui - Fundação Joan Miro    - Em Barcelona 

                 




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5.5.15

VITRAL / UM POUCO DA HISTÓRIA


Igreja Matriz de Espinho / Portugal

Ocupando o espaço que corresponde a uma janela o vitral tem a função tanto decorativa quanto de iluminação. Confeccionado com pedaços de vidros coloridos e transparentes, eram unidos entre si, à princípio, por meio de nervuras metálicas. Era empregado nas catedrais e construções góticas.

Embora pareçam tão antigos quanto os vidros, na realidade os vitrais só foram difundidos a partir do século X, na França.

Vinculado, ainda à arquitetura, a técnica de produção de vitrais teve seu apogeu no séc. XIII e foi caindo em desuso no séc. IV, para se aproximar da pintura. Entrou em franca decadência no séc. XVI. Dessa maneira acabou por perder em grande parte a importância que tivera na arte medieval.

Não restou nenhum vitral do séc. X: o da catedral de Reims / França, foi inteiramente destruído e o da catedral de Magdebourg, construída no ano 1000 foi bombardeado durante a Segunda Guerra Mundial.

Do séc. XI sobreviveu alguns exemplares como o da catedral de Augsburgo / Alemanha e de Le Mans / França. Este último reúne quatro painéis sobre a Ascensão de Cristo, de composição não inteiramente gótica, mas um pouco românica. Em muitos desses vitrais a importância da luz e da cor é maior do que a do desenho.

Já no séc. XIII, o potássio – que formava bolhas nos vidros e favorecia sua decomposição pela refração da luz – foi substituído pela soda, na composição dos vidros, e as nervuras passaram a ser montadas com barras de ferro cobertas de chumbo. Essas mudanças explicam a evolução do vitralismo e a excepcional qualidade das obras produzidas nessa época.

O vitral de maior importância produzido na idade Média é o da catedral de Chartres, seguido pelo de Bouges, ambos executados pelos mesmos atelies de vitralistas em princípio do séc. XIII.

Nessa época floresceu ateliers em toda a França, com estilos não muito diferentes, mas variando nas cores. Desenvolveram-se, também, atelies na Alemanha e Inglaterra.

Com quase totalidade, os vitrais até aqui sofreram influência bíblica, porém no séc. XV começaram a apresentar figuras mais naturalistas, com animais, objetos e flores. As nervuras passaram a ser esmaltadas, os desenhos mais delicados como na igreja de Montmorency.

No séc. XIX ocorreu uma tentativa de retomada do vitralismo, através do estilo gótico. Eugènne E.Villet-le-Duc restaurou em 1848 a Saint-Chapelle para o que foi necessário pesquisar novamente as técnicas dos séculos XII e XIII que se haviam perdido. A composição de vitrais no séc. XX aparece ligada às pesquisas de pintura como as experiências de luz e cor do abstracionismo.

Servindo de acessório à arquitetura os vitrais foram utilizados na capela de Notre Dame Du Hant, construída entre 1950 e 1955 por Le Corbusier, em Ronchamp. Dentre os vritralistas contemporâneos destacam-se o alemão Karl S. Rotluff e o inglês Hogan – criadores da igreja São Tomás, em Nova York.

Catedral Colônia / Alemanha

Catedral de Chartre
    
Gaudi
 Notre Dame de Paris


Santes Creus / Clique para aumentar

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