Alphonse Mucha - Riverie 1897
- Tais luso
O
termo ‘Art Nouveau’ designa um estilo na arquitetura e artes
aplicadas que floresceu na Europa entre a última década do século
XIX e os primeiros anos do século XX. O movimento recebeu diferentes
denominações em diversos países:
Arte
Nova, Portuga, Art Nouveau, na França; Modern Style, na Inglaterra;
Jungendstil, na Alemanha; Sezession, na Áustria; Stilo Floreale,
Inglese ou Liberty, na Itália; Modernismo, na Espanha, além de
outras denominações curiosas.
Art
Nouveau originou-se do nome adotado pelo decorador e colecionador
Samuel Bing para sua loja em Paris, inaugurada em 1898. Lá havia
trabalhos dos artistas Tiffany, Henry van de Velde difundindo as
novas idéias entre decoradores.
A
repetição acadêmica de modelos desgastados levou os artistas a
buscarem o novo, a romperem com os chamados estilos históricos como
o neo-renascentismo, neogrego, neocelta, neobarroco, nei-rococó,
hindu, etc., proclamando sua intenção de ser a arte do presente, a
arte moderna.
Essa
arte representou uma ruptura com as tradições naturalistas do
século XIX; procurou unir a arte à técnica moderna e à produção
industrial; e na arquitetura adotou novos materiais de construção
visando unir a beleza e a funcionalidade.
Suas
primeiras manifestações datam de 1880, atingindo o apogeu em 1900 -
quando obteve consagração internacional. Após, entrou em declínio
embora perdurasse até a Primeira Guerra Mundial.
O
elemento feminino sempre esteve presente: era a mulher sensual,
melancólica ou demoníaca, com forte carga erótica (vitrais de
E.Grasset).
Outra
das características desta arte foi a acentuada presença do
artesanato ao lado das máquinas numa tentativa de integrar os
interiores arquitetônicos pesados, com excessiva decoração e
acúmulo de objetos, tornando, aos poucos, um lugar mais amplo e de
melhor aproveitamento de espaço.
Na
Espanha Antonio Gaudi trouxe uma imensa contribuição, sua
arquitetura assemelhava-se à escultura: desenhou ambientes, peças
de mobiliário e detalhes
para suas construções, impregnado-as, às vezes, de um caráter
alucinatório que o tornou alvo de admiração dos surrealistas.
Outros expoentes da arquitetura desta época foram E.Vallin,
H.Grimard, Louis Sullivan entre tantos outros. Foi no campo das artes
plásticas que o Arte Nouveau mais se expandiu. Os principais
artistas foram Eugène Grasset, Jules Chéret, Pierre Bonnard,
Toulouse-Lautrec, Teophille Steinlen, Felix Vallonton, A. Mucha,
Edward Munch entre tantos outros na Inglaterra, Holanda, Estados
Unidos, Alemanha, Escócia, Bélgica...
Na
técnica de vidro cito Emíle Gallé, cuja produção ligava-se às
formas da natureza. Grande variedade de vasos e abajures, com
decoração esmaltada ou em camadas superpostas em relevo formando
contornos de insetos, folhas e flores de longas hastes.
Nos
Estados Unidos, Tiffany enriqueceu a arte da vidraçaria fabricando
vasos de linhas delgadas,
elegantes e coloridos. E René Lalique deixou sua marca única,
conhecida mundialmente. M.Vrubel, Klimt, Visconti deixaram suas belas
marcas em murais e mosaicos, enquanto Bugatti, Gaillard e outros
deram suas contribuições aos móveis decorativos.
No
início do século XX os preceitos e teorias do Art Nouveau já
apareciam desgastados, suas formas mal copiadas. O Art Nouveau não
repudiou a industrialização, mas não sobreviveu a ela: o técnico
substituiu o artesão.


