10.9.08

PINTURA CRISTÃ PRIMITIVA

Pintura cristã primitiva / catacumba


Depois de Roma antiga, chega-se a um ponto culminante, não só da história da pintura, como da história da própria humanidade européia. O advento do Cristianismo, feito religião oficial do Império Romano, pelo Imperador Constantino, no ano de 313, em Milão.


Às portas da Idade Média. Nasce a primitiva pintura cristã, que vem da obscuridade e do temor das catacumbas.


Como a neolítica, a egípcia, a grega arcaica e diversas tendências, afasta-se da observação direta da realidade, embora figurativa, porque está de novo a serviço exclusivo da religião. Por isso deixa de ser realista para tornar-se simbólica e deformar as imagens da realidade. Possuindo do mundo uma concepção mística e não a racionalista, como o possuíam o grego clássico e o romano, o pintor cristão primitivo fecha os olhos à realidade exterior para abri-los às suas realidades interiores de crente. Representa verdadeiras abstrações – os dogmas e mistérios da nova fé, ora de forma abstrata, ora de forma figurativa


Mas a fase anterior ao reconhecimento chama-se Catacumbária, porque as suas manifestações ocorriam em catacumbas e cemitérios subterrâneos onde os primeiros cristãos enterravam seus mortos. Esta fase estendeu-se do séc I ao IV.


Arte nas catacumbas
Nos primórdios da era cristã, a arte toma características totalmente diversas da encontrada até o Império Romano. Inicialmente os cristãos eram proibidos de praticar seus cultos, mas após o século IV, Constantino libera e oficializa a religião cristã  que passa a ser religião também das classes ricas. A primitiva pintura cristã inspira-se diretamente nas formas da pintura pagã helenística e romana. 
Isto ocasionou duas grandes divisões na Arte Cristã Primitiva: 


- Arte Paleocristã ou das Catacumbas 
- Arte Triunfal.


A primeira - Paleocristã - desenvolve-se em Roma e a segunda Triunfal, tem suas origens no Oriente e, após, estende-se para o Ocidente.

Quando os cristãos refugiaram-se nas catacumbas - pela perseguição dos imperadores romanos – ficou como registro uma arte pobre, em razão da vida em que foram obrigados a levar, porem apresentavam pinturas, esculturas, poesia e música. A pintura é mural, ornamental e figurativa em afresco. 


Episódios bíblicos, figuras isoladas e motivos alegóricos como a pomba, simbolizando o Espírito Santo, o peixe simbolizando Cristo, a fênix representando a Ressurreição e outros. Essas pinturas eram feitas nas catacumbas e em túmulos.

A escultura era mais rara, aparece em túmulos e sarcófagos, quase sempre em baixo relevo, quase sempre com motivos bíblicos ou relatos da vida do morto. Em alguns túmulos aparecem poesias cantando a saudade do falecido.

Catacumbas de Santa Priscila, Roma / séc II
Maria com o Menino

Após a liberdade de culto proporcionada por Constantino aos cristãos, surge a arte Triufal. 

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A Triunfal se divide em dois estilos completamente distintos: 

Bizantino, no Oriente  
Românico no Ocidente. 
Inicia no século IV e estende-se ao século XII. 

Ver em Bizantinos e Românicos - aqui

- Fonte: História da Arte - ed. Mercado Aberto