14.6.09

MANTEGNA


O Cristo Morto
- tais luso de carvalho


Andrea Mantegna nasceu muito pobre, numa vila perto de Vicenza, Isola di Carturo, norte da Itália, no ano de 1431.
Aos 17 anos deu uma indicação madura de sua personalidade levando o padrasto aos tribunais forçando-lhe em reconhecer sua independência. Aprendeu a pintura com um artista medíocre, desvinculando-se pouco depois.
Seu estilo sofreu muito pouco no decorrer de mais de 50 anos de atividade artística.

Casou-se com a irmã do grande Giovanni Bellini, e teve, então, as portas abertas no mundo das artes e logo foi convidado a decorar as igrejas, uma delas, a Capela Ovetari, em Pádua, não restando quase nada devido à Segunda Guerra Mundial.

A renovação da arte na Itália setetrional, foi criada por Donatello, Lippi, Andréa Del Castagno e Alberti, mas foi com Mantegna ( Mântua) e Giovanni, Bellini (Veneza), que se solidificou.

Em 1460 foi nomeado pintor da corte do marquês Ludovico Gonzaga, em Mântua, e lá permaneceu o resto da vida. Mantegna retratou a família e a corte dos Gonzaga, representada em várias cenas palacianas, preenchendo as paredes com medalhões e bustos, salientando que a família reinante era digna do império romano. A característica mais notável dos ambientes, é a representação ilusionista, que parece ampliar o espaço. Essa pintura de Mantegna serviu de 'fundação' para muitas pinturas decorativas posteriores.

Cristo in Scurto foi pintado por volta de 1470, quando Mantegna estava envolvido com a perspectiva, mas manteve esta obra em seu atelier com a intenção de mantê-la destinada ao seu próprio sepulcro. Seu desenho se prendia à minúcias e notava-se grande sentimentalismo.

Sua maior característica era a clareza de concepção, cor, iluminação, formas e uma maestria pela perspectiva e pelo 'escorço' - desenho ou pintura que representa objeto de três dimensões em forma reduzida ou encurtada, segundo as regras da perspectiva. A perspectiva ilusionista converteu-se no protótipo do 'tromp l'oeil', usada mais tarde no barroco e no rococó.

Ao ser convidado pelo Papa Inocêncio VIII, para trabalhar em Roma, entra em crise ao perceber que a capital dos Cristãos havia se transformado num centro de luxúria e vulgaridade. Seus trabalhos contam episódios pagãos, deixando transparecer um suposto afastamento da fé que até então seguira.
Deixou uma obra com concepções requintadas e amadurecidas.

Faleceu em 1506.

Retábulo de São Zeno


Câmera degli Sposi / Palácio ducal - afresco