24.2.22

O REALISMO - Movimento Artístico

Zélie Courbet / por Gustave  Courbet

A Segunda Revolução Industrial proporcionou um ambiente oportuno para o surgimento do Realismo, pois houve uma tendência para romper-se com o passado. 

O Realismo - 1850/1900 - está profundamente ligado ao ambiente social do final do século 19. Relaciona-se tanto à sua face otimista - a crença no avanço à ciência e do progresso - como a seu lado cruel: a desigualdade social, a miséria, a terrível exploração do trabalho.

A maior expressão do Realismo foi o francês Gustave Courbet. Sua pintura é dotada de um sentimento de vitalidade natural ao abordar cenas do cotidiano, o que provam suas telas  Preparativos da Noiva e Enterro em Ornans.

Outro destaque do Realismo, apesar de já usar a técnica  impressionista, foi  Henri de Toulouse-Lautrec que foi o introdutor dos cartazes. Seu mundo era o dos seres humanos, pois costumava dizer que 'Apenas a figura existe, a paisagem deve ser acessório'.

Segundo Bertolt Brecht, o realismo não é o que as coisas reais parecem, mas o que elas realmente são.
As sobrevivências acadêmicas existentes nos românticos são combatidas pelos Realistas, na segunda metade do século 19. O Realismo é a representação das coisas objetivas e visíveis. Porém ser realista não é ser exato como a fotografia, mas verdadeiro, fixando os elementos característicos e expressivos das coisas e dos seres.

'A pintura, dizia Courbet, é uma arte essencialmente objetiva e consiste na representação das coisas reais e existentes. Um motivo abstrato, invisível, não pertence ao domínio da pintura. A imaginação na arte consiste em saber achar a expressão completa de uma coisa existente, jamais na sugestão ou criação da mesma.

O belo está na natureza e encontra-se na realidade, sob as mais diversas formas. O belo, como verdadeiro, é algo relativo ao tempo em que se vive e ao indivíduo apto a concebê-lo. A expressão de beleza está em relação direta com o poder de percepção adquirido pelo artista. Não pode haver escolas, só existem pintores.'

Os Realistas pintavam as cenas da vida cotidiana e flagrantes populares, impregnado-se das idéias socialistas da época. Representavam aquilo que estava diante dos olhos.

Pintavam diferente dos Românticos e dos neoclássicos: pintavam como se tivessem documentando, sem que suas pinturas fossem fiéis, exatas, verdadeiras fotografias da realidade, mesmo porque o Realista era bastante sintético, eliminando o que lhe parecia supérfluo e inexpressivo. Portanto ser Realista não era ser exato, mas verdadeiro. 

'O termo realismo refere-se a um estilo de representação próxima da realidade. A realidade objetiva é criteriosamente reproduzida, e durante o processo, as características mais importantes da realidade retratada - proporções, aspectos tridimensionais, cor, distância, luz - são retiradas. Assim, a representação da realidade está ligada à sua interpretação. Temos, portanto, nos últimos 150 anos - o realismo clássico, Nova objetividade, Realismo Americano, Nouveau Réalisme, Realismo Socialista e Fotorrealismo'. (Taschen)



José Júlio Souza Pinto / cabeça de velha - Acervo  MARGS



Gustave Courbet / Bonjour Monsieur Courbet
O Fazendeiro / Jean Millet
Pastora com seu rebanho / Millet
Mulheres peneirando trigo / Gustave Courbet

Referências ;
Graça Proença - ed Ática
Kerstin Stremmel  
História da Arte - Duílio B. Filho