10.6.10

ANDY WARHOL / 1ª parte


- tais luso de carvalho

Hoje quis postar algo de um artista que, gostando ou não, foi um homem excêntrico e um ícone dos anos sessenta: Andy Warhol. E justamente por ter sido muito diferente é que resolvi trazer um pouco da personalidade dele. Sobre sua obra postarei num próximo capítulo. É bom conhecer, primeiro, a sua personalidade, para entender o seu trabalho.

Nasceu em 6 de agosto de 1928 na Pensilvânia, Estados Unidos e veio a falecer em
22 de fevereiro de 1987, Nova Iorque.

Captar um mundo novo que surgia com o culto às celebridades, com a democratização dos bens de consumo e com a exibição de sua vida pessoal, tornando-a publica, estava no esquema de Warhol, uma vez que era obcecado por fazer parte do mundo das celebridades.




Seu estúdio originou-se de uma antiga fábrica de chapéus em Manhattan, com 496 metros quadrados. Foi decorado todo em cor prata pelo amigo Billy Linich - seu assistente pessoal – que, usando sua criatividade, resolveu cobrir todas as paredes com papel alumínio, e o chão, vaso sanitário, maçanetas, janelas e portas que foram pintados com tinta spray cor prata.

Sua mesa de trabalho e seu famoso sofá foram achados na rua, onde vasculhava os lixos de Nova York, porque ali achava materiais que brilhariam se cobertos com spray prateado. E esta cor se tornou a marca registrada de seu studio que viria a se chamar Factory, misterioso e cheio de glamour.



A vida de Warhol era euforia pura, com uma dose diária de ¼ de anfetamina que tomava desde 1963 por ter se achado muito gordo no espelho. Mas nada mais extravagante, para a época, do que suas perucas platinadas, que escondiam uma careca precoce, quando tinha vinte e poucos anos. Warhol era um baixinho feio, desajeitado, careca e com problemas de pele.

Não só driblou todas as dificuldades, como emergiu na sociedade americana da década de 60. Ele e sua turma passaram a ser referência de beleza, moda e comportamento.


Também não só de Óperas e Maria Callas vivia a sua Factory. Viviam por lá os Rolling Stones e o The Velvet Underground. Os amigos circulavam, muitas vezes nus, animados por boas doses de anfetaminas – livres para protagonizarem qualquer tipo de manifestação artística.


Foi de 1964 a 1968 que a Factory foi uma espécie de laboratório, não só de dedicação à criação cultural como um espaço para os encontros sociais. Tudo lá era movido à fofoca e Warhol, sempre pronto para ouvir as últimas.

Para ser amigo de Warhol era preciso ser um bom mexeriqueiro. Através de vários contatos e sempre com a ajuda de assistentes, Warhol finalizou mais de 500 filmes, um disco, um romance e centenas de fotografias.

Seu dia-a-dia era movido por festinhas fúteis, porém entre uma brincadeira e outra, surgia uma obra de arte.

A PRIMEIRA GRANDE FESTA:

Duas ocasiões merecem destaque: a primeira em abril de 1964 ocorreu após o vernissage da segunda exposição de Warhol na Stable Gallery, quando ele transformou o lugar em supermercado, espalhando imitações de caixas de Sabão em pó Brillo, Sucrilhos Kellogg’s, e Catchup Heinz. Para satisfação de Warhol, o ídolo Roy Lichtenstein apareceu especialmente para aquela noite, em que entravam convidados cujos nomes estivessem na lista.

A SEGUNDA GRANDE FESTA:
Aconteceu 1 ano após a primeira, na Factory. Em 1965. A Festa das Cinquenta Pessoas mais Bonitas do Mundo. Assim, bem humilde... Na época Warhol posicionava-se muito bem entre a cultura underground do rock, das drogas e o glamour da moda e das celebridades. A festa juntou personalidades dos dois universos, e por causa desta mistura, em certo momento, o dramaturgo Tennessee Williams, a atriz Judy Garland e o ator Montgomery Clift monopolizaram as atenções.



Warhol não era dado a monopolizar atenções à sua pessoa neste tipo de festas, porém era responsável por instigar nos amigos atitudes inusitadas.

Ricos, pobres, heterossexuais, homossexuais, famosos, marginais sentiam-se impulsionados a deixar levar pelos mais loucos instintos: saíam os freios, reinavam as vontades.

Em junho de 1968 a feminista Valerie Solanas invadiu a Factory e lhe deu 3 tiros. Após uma cirurgia de 5 horas, sobreviveu, porém desativou a Factory. Veio a falecer em 1987 durante uma cirurgia de visícula.
Hoje o prédio da Factory não existe mais.

...Com Mick Jagger 

Fonte: Bravo Cultural