31.7.20

DI CAVALCANTI

Mulher com frutas - 1932



   - Taís Luso

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo nasceu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1897. Após freqüentar o atelier do impressionista austríaco Georg Elpons (*1865 / 1939), Di Cavalcanti fez sua primeira exposição em 1917, São Paulo.

Ingressou na Faculdade de Direito, no Rio de Janeiro em 1916. Em 1917 transfere-se para a Faculdade em São Paulo, no Largo de São Francisco e, em 1922 desiste do curso.

Seus trabalhos ilustrativos – como caricaturista na revista Fon-Fon, cartazes e programas que manifestavam uma forte influência da Art Nouveau. Ilustra livros de autores nacionais e estrangeiros, e a recém-criada revista Guanabara.

Foi um dos idealizadores da Semana da Arte Moderna, e por sua vez, participou com suas obras. Em 1921 casou-se com a filha de um primo-irmão de seu pai, Maria.

Viajou para a França em 1923 e sua sobrevivência foi mantida como correspondente de Imprensa, Jornal da Manhã.

Conheceu, na época, na Academia Ranson, Pablo Picasso e outros ilustres representantes e obras da vanguarda européia, como de Léger, Matisse, Eric Satie, Jean Cocteau, De Chirico e outros intelectuais franceses, André Breton, Leon Paul Fargue e Miguel de Unamuno... A fase clássica de Picasso foi um de seus principais pontos de referência vindo a atingir a maturidade nos anos 40, vindo a ter uma visão de brasilidade muito própria, manifestadas em cenas suburbanas, paisagens, naturezas-mortas, e algumas poucas obras de cunho religioso.

Em 1926 volta ao Brasil e ingressa no Partido Comunista e Segue fazendo ilustrações. Criou os painéis de decoração do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro.

Segundo o escritor Mário de Andrade, Di Cavalcanti é o mais exato pintor das coisas nacionais". Ele pinta com exatidão as coisas nossas, a cara e do povo brasileiro, da exuberância tropical, de sua sensualidade sem folclore.

Algumas frases - entre outras - de Di Cavalcanti:

...Paris pôs uma marca na minha inteligência. Foi como criar em mim uma nova natureza e o meu amor à Europa transformou meu amor à vida em amor a tudo que é civilizado. E como civilizado comecei a conhecer a minha terra.

Moço continuarei até a morte porque, além dos bens que obtenho com minha imaginação, nada mais ambiciono.

Dizem que me tornei mais comerciante que artista. Bobagens. Sou um artista... mas um homem também. Preciso de dinheiro para o homem e tempo livre para o artista. Preciso de dinheiro para minha alegria e minha tristeza.

Falece no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1976



A Mulata - 1956


           Mulata - 1930                      Cinco Moças de Guaratinguetá
 
Mulheres protestando / 1951


Aldeia de Pescadores - 1950


Mulata com gato / 1966
  
Natureza Morta 1982                 Natureza Morta 1966

Mulatas 1968

Pescadores 1948


Tempos Modernos - 1961


Mulata na praia - 1972

Monumento de Di Cavalcanti, por Bernardelli