13.11.22

AUGUSTE RENOIR

O Jardim


 - Tais Luso de Carvalho

Pierre Auguste Renoir, nasceu em 1841 na região de Limoges / França. Foi o pintor impressionista de maior popularidade e teve o reconhecimento da crítica ainda em vida. De uma pintura alegre e otimista, seus trabalhos retratam a vida parisiense do século XIX, onde as pessoas se movimentavam num ambiente feliz e cheio de cores. Tudo era festa; tudo alegria. Mostra, em algumas telas, certa influência do rococó.

Aderiu claramente ao impressionismo com a obra La Grenouillière, onde retrata a luz do sol de um dia alegre. Esse quadro também foi pintado por Monet, dando assim destaque e fama às duas telas, mostrando como os dois artistas davam importância aos reflexos de luz.

La Grenouillière era o nome de um restaurante, em Paris, muito frequentado aos domingos. Renoir e Monet pintaram esta mesma cena, e tanto nas diferenças como nas semelhanças ganham destaque. Renoir ressalta mais as pessoas se divertindo, enquanto Monet ressalta mais a natureza, tirando da luz solar claridade e sombra. Menos alegre, mas não menos bonito.

Com os impressionistas veio o fim das atitudes fixas e do protocolo. Porém não eram muito aceitos, o povo ria de suas tolices. Isso não levou muito a se desfazer, uma vez que após a guerra franco-prussiana, em 1870, com tamanha carnificina, os impressionistas retratavam os parques, as flores e a alegria de viver. Renoir apostou no efeito descritivo da cor; com pinceladas curtas e suaves matizes de cores apuradas, criou contornos delicados e pouco nítidos. Assim todos os elementos do quadro se confundem e parecem desvanecer-se. 

Por detrás destes véus de cor escondem-se detalhes já quase imperceptíveis, pouco nítidos, o chamado sfumato, desenvolvido por Leonardo da Vinci. Foi assim um precursor da pintura abstrata do séc. 20. Depois de 1880, Renoir abandonou a pintura da impressão pura e orientou-se cada vez mais pelas obras de Ingres e de outros pintores do Classicismo, que dotavam os seus quadros de uma estrutura consciente e clara. Renoir só regressou à livre pintura impressionista  nos últimos anos de sua criação artística.

Ainda, por volta de 1890, começou a sofrer de reumatismo, perdendo a liberdade de movimentos e, em 1903 mudou-se para o sul da França. Em 1912, mesmo já confinado em uma cadeira de rodas, continuou pintando e dedicando-se à escultura até o fim de sua vida. Porém já muito debilitado, veio a contratar assistentes para executar seus projetos.

Mas, à partir de 1890 Renoir já era famoso não só na França mas no mundo. Suas mulheres nuas e opulentas eram disputadas a peso de ouro. 

'Para mim, um quadro tem que ser principalmente belo, encantador e agradável, sim, realmente bonito. Existem suficientes coisas desagradáveis, não precisamos de criar mais' - postulava Renoir. 

Por conseguinte ele foi considerado o pintor dos aspectos agradáveis da vida. O jogo da luz do sol, a representação de reflexos, mas sobretudo as figuras humanas à luz natural são os principais conteúdos dos quadros de Renoir.

Em 1914 acabou-se a  belle époque; acabaram-se os bailes, sumiram as luzes e os quadros alegres. Acabaram-se o otimismo, a vibração das cores, das folhas, momentos de felicidade, dos seios nus, dos sorrisos, das águas claras, das manhãs iluminadas que marcaram um dos maiores momentos de todos os tempos: Renoir falece em 1919 em Cagnes-sur-Mer.



Menina com as espigas

Os remadores

Le Moulin de la galette 
O almoço dos remadores - 1880


Mesmo com as mãos deformadas 1915  (caquexia rematóide )
 Renoir acabou mais de 400 obras

Algumas obras :

 Mulher com sombrinha 
  O Camarote 
Le Moulin de la Galette 
 Madame Georges Charpentier e suas filhas
Remadores em Chatou
Elizabeth e Alice de Anvers 
A dança em Bougival
Mulher amamentando
As grandes banhistas
Menina com espigas
Menina jogando criquet
Ao piano
 Odalisca
Retrato de Claude Renoir 
entre outras...

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