10.9.13

IMPRESSIONISMO

  

 


 
- Tais Luso de Carvalho

Na segunda metade do século 19 um grupo de artistas revolucionou a pintura na França. Eram eles Édouard Manet, Claude Monet, Auguste Renoir, Edgar Degas, Paul Cézanne, Camille Pissarro, Alfred Sisley, Coubert, Gustave Caillebotte, Berthe Morisot, Ernest-Lurent, Henri Martin, Le Sidaner, o alemão Fritz Von Uhde entre outros.

Por oposição aos artistas franceses mais famosos da época, na qual suas obras apresentavam na maioria as temáticas religiosas, históricas ou mitológicas, esse grupo enveredou pela pintura ao ar livre ao invés do estúdio fechado. Usavam cores brilhantes e preocupavam-se mais com as matizes proporcionadas diretamente pela luz do sol do que pela precisão do  desenho em si.

Em 15 de abril de 1874 teve lugar a primeira exposição coletiva no estúdio que pertencia ao fotógrafo Nadar. Mostraram o que de melhor  havia nesse movimento, após um período de muita criatividade. E nessa exposição um jornalista os apelidou de Impressionistas, uma forma de dizer que suas obras eram apenas capazes de representar a primeira impressão. Os pintores adotaram esse nome e foi com ele que passaram para a história das Artes.


Porém, sofreram críticas e atos de indignação da maioria dos visitantes e da crítica, considerando-os falsos pintores. A exposição encerrou-se um mês depois. Eram chamados de selvagens obstinados e que não queriam terminar seus quadros, por preguiça ou incapacidade.

A exposição foi vista por 3500 visitantes, mas poucas pinturas foram vendidas, e a baixo preço. Alguns artistas  não venderam nenhum quadro. Muitas obras ficaram por vender e assim tiveram de organizar outra exposição, no ano seguinte, no Hotel Drout, no qual os trabalhos de Monet foram avaliados entre 150 e 300 francos e outros de Renoir abaixo de 100 francos. Eram cifras muito baixas, comparadas com salário semanal de um pedreiro que rondava os 50 francos.

Farsantes! Impressionistas! Gritavam muitos. A palavra Impressionista era gritada pejorativamente. Dois anos depois fizeram outra exposição e pregaram na porta da rua Lê Peletier, 11, uma tabuleta dizendo: Exposição dos Pintores Impressionistas. Deste modo sarcástico, nascia a nova pintura cujas características técnicas e expressivas se estenderiam a outras Artes, inclusive à musica, com Claude Debussy.

Entre restrições e ironias, combatidos sobretudo pela Escola de Belas Artes e pelo Salão Oficial, aos poucos os Impressionistas foram sendo compreendidos, quando, em 1886 o grupo se dispersou, cada um tomando seu rumo. A nova pintura tornou-se conhecida nos demais países europeus e suas obras admiradas e adquiridas por colecionadores nacionais e estrangeiros.

Os Impressionistas inovaram na técnica e na expressão da pintura. A realidade era vista de um modo original, diferente da pintura retratada até então.

Claude Monet – francês (1840-1926) foi o chefe da escola impressionista. O impressionismo foi o natural desenvolvimento do Realismo. Nasceu, elaborou-se e definiu-se dentro do Realismo.

Os Impressionistas se diferenciavam de outras Escolas.  Diziam eles...

1 – Que a cor não era uma qualidade permanente na natureza; as tonalidades estão mudando constantemente, ao contrário, estão mudando incessantemente, com sutilezas impermeáveis ao olhar embotado ou desatento.
2 – A linha não existe na natureza. A linha é uma abstração criada pelo espírito do homem, para representar as imagens visuais.
3 – As sombras não são pretas nem escuras. São luminosas e coloridas. São cores e luzes de outras tonalidades.
4 – A aplicação dos reflexos luminosos ou do contraste das cores se influenciam reciprocamente. Essas influências obedecem ao que se chama a lei das complementares, percebida pela sensibilidade de muitos pintores e depois formulada em bases científicas.
5 – A dissociação das tonalidades ou a mistura ótica das cores.

Na ânsia de obter a limpidez e transparência das cores naturais, os impressionistas resolveram produzi-las na pintura como as produz a natureza. Quando queriam representar o verde, por exemplo, em lugar de darem uma pincelada de verde, já preparado na paleta com a mistura do amarelo e azul, ou do próprio tubo, davam duas pinceladas bem juntinhas, uma azul e outra amarela, a fim de que a mistura das duas cores, produzindo o verde, se fizesse no nosso cristalino, no mesmo processo da natureza. Essas pinceladas, miudinhas, eram usadas por quase todos os impressionistas e denominavam de mistura ótica.

A história dos Impressionistas teve lugar, principalmente em Paris. Representavam a vida das grandes metrópoles, pintavam a atmosfera das Vilas, da floresta de Fontainebleau, das pontes sobre o Sena, o Moulin de la Galette, o Louvre, os cafés, o Molin Rouge e o Palais de L' Industrie, das costas da Bretanha, da Normandia e da Provença. Os arredores de Paris constituíam um inesgotável repertório de temas. 
Contudo não ficaram confinados à França: a sua arte invadiu os mercados internacionais, sobretudo os de Londres e de Nova Iorque. 



Edouard Manet / A Amazona
Alfred Sisley - Cena de Desastre
Em 1876 o Sena inundou as margens de Marly-le-Roi. 
Sisley expressa a desolação depois do desastre.
   Monet / Boulevard des Capucines - Paris, 1873.
Foi considerado um dos trabalhos mais escandalosos devido ao modo sumário
como está pintada a multidão que passeia pela cidade.
Na 1ª Exposição em 1874.

Cézanne  - A casa do enforcado 1873
Na 1ª Exposição dos Impressionistas (1874)

Degas - As Engomadeiras 1884
Apesar de ser um aristocrata, Degas interessava-se constantemente pelo
 trabalho duro feminino. Esse é um dos muitos quadros que pintou sobre o tema.

O Camarote - Renoir / Exposição de 1874. 
Uma das primeiras obras impressionistas dedicadas à temática do teatro.

A Primeira Impressão: Sol Nascente - Monet
Esta obra pode não ser a primeira pintura de Monet, mas certamente é a que simboliza o nascimento do grupo dos Impressionistas.   
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Os Impressionistas - Porto ed. 2000 / Portugal