– Tais Luso de Carvalho
Vicente do Rego Monteiro,
nasceu em Recife – Brasil em 19 de dezembro de 1899. Com 12 anos de
idade passou a dividir sua vida entre Recife e Paris na companhia de
sua irmã Fédora, também pintora. De 1911 a 1914 residiu em Paris onde frequentou a Academia Julien, e dois anos depois expôs
suas esculturas e pinturas no Salon des Indépendants, em 1913 –
Paris.
Em 1914 retornou ao Brasil, fixando-se no Rio de janeiro. Em 1920 expôs aquarelas em São Paulo e ligou-se aos modernistas Anita Malfatti, Brecheret e Di Cavalcanti e conhecendo em São Paulo, Pedro Alexandrino.
Já adulto e sempre atuante como pensador, pintor, escultor, jornalista e editor, sua criatividade o conduziu à realizar-se nos mais diferentes campos, desenvolvendo sua pintura inspirada na arte indígena, raiz de brasilidade que procurou manter através de sua obra.
Participou
de várias mostras individuais em Recife, São Paulo, Rio de janeiro,
Paris e, em 1922, integra a Semana de Arte Moderna deixando 8 obras aos cuidados do poeta Ronald de Carvalho que viriam a figurar na Semana de 22. Participou, ainda, de diversas coletivas nos EEUU, Holanda,
Paris, Recife, Salvador, Olinda e São Paulo.
Sua
segunda estada na França foi muito proveitosa: a editora Tolmer
publica, com textos e ilustrações de sua autoria, o livro sobre
lendas indígenas que projeta Vicente no ambiente literário.
Novamente
de volta ao Brasil o artista fundou, no Recife, a revista Renovação – no ano de 1929. No ano seguinte promoveu uma série de Exposições trazendo do
exterior telas de Braque, Léger, Picasso, Miró, Gino Severine,
Fernand Léger, e outros artistas do cubismo e Surrealismo.
Continuando
sua experiência editorial, Vicente publica em Paris (1947), a
revista La
Presse à Brás.
Nesse período se dedica intensamente à poesia. Organiza o Mur
des Poètes,
O 1º Congresso Internacional de Poesia de Paris e o 1º Salão de
Poesia - ambos em 1952. Coroando sua dedicação e talento recebe, com
o livro 'Broussais
– La Charité',
o prêmio Apollinaire.
Porém, melhor sucedido na pintura do que nas letras, no ano de 1957 foi nomeado catedrático da
Universidade Federal de Pernambuco.
Museus do Brasil e da
Europa expõem suas telas, onde o desenho forte, às vezes
monumental, mostra a preocupação constante do artista: não
abandonar os valores nacionais.
Faleceu
repentinamente em 5 de junho de 1970, de enfarte, quando se preparava
para viajar de Recife para Brasília.
Já
no ano seguinte, em novembro de 1971, o MAC organizou a primeira
retrospectiva em sua sede, no Ibirapuera.
Fontes: Arte nos séculos / Abril cultural - D.Oxford de Arte