26.10.08

MÚMIAS E TUMBAS DO EGITO ANTIGO

Decoração da tumba de Tutancâmon


Para que a alma pudesse continuar vivendo e pudesse voltar à terra, era preciso que na terra permanecesse um suporte material que a recebesse. Esse suporte seria a Múmia. Depois de preparada e consagrada não poderia nem ser olhada, quanto mais tocada. Se a tocassem ou a destruíssem, fosse profanada de qualquer maneira, a alma ficaria sofrendo para todo o sempre. Para que isso fosse evitado, os egípcios ocultavam o mais que podiam, escondendo-a em labirintos, escavados nas montanhas ou colocando-a debaixo de monumentos colossais, que por seu material e forma também fossem eternos.


Esse sentimento do eterno, conseqüência da crença na imortalidade da alma dominou o egípcio e sua arte. A inscrição ‘duração eterna’ , encontra-se freqüentemente nos monumentos. Essa vontade dominadora de vencer a morte traduz-se pela arquitetura grandiosa. O colossal é sinônimo de eterno. Esse conceito ou sentimento do eterno o egípcio expressou-o nas pirâmides – forma ainda não superada.


Mas poderia acontecer que a múmia fosse destruída, mas essa eventualidade fora prevista. Para preveni-la, colocavam no interior do túmulo uma estátua do morto, destinada a receber a alma, na falta ou destruição da múmia. Deveria, também, ser eterna, não quebrar-se com facilidade. Esses cuidados de natureza religiosa conferiram à escultura egípcia características próprias, para isso o material empregado deveria ser muito resistente. Esculpiam geralmente com pedras rijas, como o granito, basalto e outras.


A estátua era concebida dentro de composição unitária e fechada. Os braços e pernas juntos ao corpo, conservando-se dentro do bloco originário. Geralmente o pescoço, parte vulnerável das estátuas, era reforçado por meio do ‘klaft’, aquele pano na cabeça, caindo pelos ombros e da barba estilizada, para que evitasse se quebrarem com facilidade. Procuravam deixar tudo no mesmo bloco e juntos.
Tudo era alegremente decorado com flores, pois acreditavam na eternidade da alma. Os afrescos eram feitos diretamente nas paredes e muros, com tinta durável e feitos com argamassa, cuidadosamente escolhidos para evitar impurezas. Enquanto o revestimento estava úmido, o pintor desenhava e pintava, daí o nome de afrescos.


O VALE DOS REIS MORTOS


Á margem ocidental do Nilo, próximo a Luxor, Tutmés I construiu, secretamente, no Vale dos Reis, seu túmulo, com o objetivo de que seus despojos ficassem a salvo dos saqueadores que violavam os túmulos dos reis e personalidades de destaque em busca de tesouros.


As tumbas eram construídas no interior das montanhas, muitas vezes até 200 metros abaixo da superfície. Esses cuidados, no entanto, não impediram que bandos organizados encontrassem os tesouros enterrados juntos aos faraós. A descoberta da tumba de Tutancâmon, em 1922, com seus tesouros intactos, surpreendeu o mundo inteiro.


A múmia de Tutancâmon estava protegida por três sarcófagos, um dentro do outro: um de madeira dourada, outro de madeira dourada e com incrustações de pedras preciosas, e o terceiro em ouro maciço com aplicações de lápis-lazúli, coralinas e turquesas que guardavam o corpo do faraó.


O Vale dos Mortos descobertos recentemente, com mais de sessenta tumbas, é um dos pontos turísticos do Egito. Com belas pinturas murais, narra as alegrias e as tristezas da vida além da morte. A um quilômetro do Vale dos Reis ficava o Vale das Rainhas, com cerca de oitenta tumbas, mas quase todas destruídas.


Museu do Cairo guarda os tesouros de Tutancâmon e de outros tesouros do antigo Egito: http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/egito/museu-do-cairo.php


Acima foto da tumba de Tutancâmon
Sarcófago aberto ( à direita / centro)