- por Tais Luso
Carybé,
o artista que traduziu o encantamento da Bahia! Mas seu verdadeiro
nome é Hector Julio Páride Bernabó, e nasceu em Lanus, na
Argentina, em 1911. Passou sua infância na Itália, entre Gênova e Roma e veio para o
Brasil em 1920. Porém 10 anos depois, retorna para sua terra natal.
Nesse meio tempo Carybé, dotado de grande talento para o desenho,
estuda na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro e
posteriormente na Escola de Artes Decorativas de Buenos Aires.
Nessa
cidade inicia a carreira jornalística fazendo ilustrações para o
jornal Notícias Gráficas. Mais tarde é contratado pelo Pregón,
para fazer reportagens sobre o Brasil e é quando se entusiasma pela Bahia.
As
obras que expõem pela primeira vez, no Museu Nacional de Buenos
Aires, em 1940, são desenhos e aquarelas de estilo figurativo,
representando motivos baianos.
Dez
anos mais tarde depois de vir algumas vezes ao Brasil e de realizar
várias exposições nas galerias de Buenos Aires, Carybé se fixa-se definitivamente (1950) em Salvador, integrando-se ao mundo artístico
brasileiro, alcança êxito com seus quadros e painéis onde descreve
cenas de dança e de capoeira através de traços rápidos e
vibrantes; esculpe Orixás em madeira e prata ou pinta mulatas com
cores vivas.
Seu currículo inclui dezenas de individuais no Brasil e no exterior e diversas participações em exposições coletivas. Em 1956 teve sala especial na Bienal de Veneza (Itália). Ilustrou livros de Mário de Andrade (Macunaíma - um dos grandes romances modernistas); de Rubem Braga (A Borboleta Amarela); de Gabriel Garcia Marquez ( O Enterro do Diabo); de Jorge Amado (O Sumiço da Santa) entre outros. Em 1996 expôs em Madri, e em Paris.
Artista
de vários prêmios, participando de várias Bienais de São Paulo, ganhou como Melhor Desenhista Nacional de 1955. Seus painéis destinaram-se à
decoração de edifícios públicos, executou em 1958 o painel do
atual Aeroporto Kennedy, em Nova York.
Pela
visita da Rainha Elizabeth, ao Brasil em 1969, foi-lhe ofertado uma
obra de Carybé - pelo governo brasileiro. Dado a isso o artista
recebeu um convite para expôr na Tryon Gallery de Londres.
Faleceu
em na Bahia / Salvador em 1997 aos 86 anos. Foi gravador, pintor, desenhista,
ilustrador, ceramista, muralista e jornalista.
Argentino,
naturalizado brasileiro.
Referências: Bolsa de Arte do Rio de Janeiro /2003
Arte nos Séculos / Abril Cultural.