- Tais Luso de Carvalho
Camille
Pissarro nasceu em Saint'-Tomas, nas Antilhas, no ano de 1830 e
estabeleceu-se em Paris em 1855. Filho de um comerciante israelita e
de mãe crioula, depois de ter estudado em Paris, foi, inicialmente,
forçado por seu pai a se associar em seus negócios.
Mas
tendo conhecido o pintor dinamarquês Fritz Melbye, seguiu com ele
para a Venezuela. Enfim, em 1885 foi para Paris e entusiasmou-se por
Carot, que orientou sua vocação para a paisagem.
No
início foi muito influenciado pela pintura de Carot, Millet e
Daubygny.
Não
levou muito tempo para romper com a pintura acadêmica e expôr no
Salon des Refusés, em 1863.
Mas
foi em 1870, enquanto a França se envolvia na Guerra desastrosa com
a Prússia, que Pissarro se encontrava com seu amigo Monet em
Londres. Também foi durante esta estadia na capital inglesa que
conheceu o galerista Paul Durand-Ruel.
Camille
Pissarro foi o mais velho incentivador do grupo dos impressionistas.
Exerceu uma enorme influência no grupo dos pintores jovens,
aconselhava com benevolência e energia, e teve seu lugar de
importância na arte do século 20. Foi o único membro do grupo que
não faltou a nenhuma das exposições do movimento. Foi o primeiro a
eliminar da paleta, o betume, o preto e a cor terra de siena,
alterando assim a gama de cores para tonalidades mais claras.
Nas
suas obras, das mais impressionistas, conseguiu unir um vivo sentido
da cor com o equilíbrio geral da composição.
Pissarro
mostra em suas obras o grau de refinamento que alcançou na pintura
de paisagens. Foi capaz de representar os matizes de cores e a
variedade de luz que se pode observar na natureza, seja iluminada,
seja num bosque.
De
regresso à França em 1871, Pissarro trabalhou em Pantoise e Eragny
. Após 1885 demonstrou interesse pelas teorias neo-impressionistas
de Seurat e Signac, mas o entusiasmo por esse estilo durou pouco,
voltando a uma pintura mais livre.
A
obra de Pissarro mostra uma evolução regular desde o realismo do
meio do século 19 até o divisionismo livremente interpretado,
sempre baseado numa profunda preocupação com a natureza. Foi um dos
pintores que melhor soube expressar a atmosfera profunda e particular
do campo francês. Dizia ele - a seu filho - que era de temperamento
rústico, melancólico, de aspecto grosseiro e selvagem.
Segundo
Cézanne, Pissarro foi o pintor que mais se aproximou da natureza:
Ele traduziu especialmente as casinhas camponesas no fundo dos
valões profundos, envolvidas de verdura ondulante, com um sentimento
direto da verdade das coisas da terra. Preconizando sem se cansar a
humildade diante da natureza, o humilde e colossal Pissarro – como
dizia Cézanne – aparece como um dos mais autênticos pintores
franceses.
Veio
a falecer em 1903.