Ciranda
Nascido em 1928, Bagé, Rio Grande do Sul, Glênio Bianchetti se apaixonou pela arte sem saber direito o que realmente significava. Pintor, escultor, ilustrador, professor e gravador, O artista aprimorou seus dons artísticos no decorrer dos anos, em cidades como Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília. Hoje ele é reconhecido no país e afora pelas suas obras contemporâneas de sucesso mundial. Via Sacra, sua atual exposição é bela, diferente, contemporânea. Bianchetti focaliza os instantes que precederam a crucificação.
Feita sob encomenda, Imagens Sacras consumiu meio ano de trabalho.
'O tema é hiper batido. Desde a Renascença até agora serviu de matéria-prima. Como fazer? Tenho que repetir. Para mim a Via-Sacra é Cristo, sozinho, caminhando para a morte. Mas não tem sangue nem violência'.
É considerado pelos críticos como um dos pintores expressionistas e figurativos de maior talento e originalidade dos últimos tempos. A pintura se confunde com a própria vida do artista gaúcho.
Bianchetti mantém atelier em Brasília e Nova Viçosa – Bahia. De vez em quando volta à Porto Alegre para rever os amigos. Apaixonado pela pintura, só pensa em dar continuidade ao seu trabalho. Está com vários projetos para expor em Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro no próximo ano. Até dia 3 de outubro está com exposição na Casa Arte, em Porto Alegre.
Aos 79 anos, ele reúne cerca de 2000 obras de pinturas, gravuras e tapeçarias.
Via Sacra Lázaro - 1959
'Glênio
Bianchetti iniciou seus estudos artísticos na década de 1940 sob
orientação de José Moraes. Em 1949, ingressou no Instituto de
Belas Artes de Porto Alegre, onde foi aluno de Iberê Camargo. Três
anos depois, fundou o Clube de Gravura de Bagé, ao lado de Glauco
Rodrigues e Danúbio Gonçalves. O grupo defendia a popularização
da arte por meio da abordagem de temas sociais e regionais em um
estilo figurativo realista com traços expressionistas. Com os amigos
Carlos Scliar e Vasco Prado, Glênio fundou o Clube de Gravura de
Porto Alegre. Em 1953, dirigiu o setor gráfico da Divisão de
Cultura e Educação da Secretaria de Educação do Rio Grande do
Sul. Nesse período, ele ilustrou obras literárias e realizou seus
primeiros painéis em espaços públicos. Em 1962, transferiu-se para
Brasília, onde ajudou a construir a Universidade de Brasília. Na
instituição, lecionou disciplinas de desenho no Instituto de Artes
Visuais. No início da década de 1970, colaborou na criação do
Museu de Arte de Brasília. Participou de exposições no Brasil e no
exterior e, em 1999, no Palácio Itamaraty, foi homenageado com a
retrospectiva dos seus 50 anos de carreira. Em 2009, a vida de Glênio
ganhou as telas em um documentário de 52 minutos dirigido por Renato
Barbieri.'
(Correio Braziliense - Marcela Ulhoa).
São Francisco
Garotos
Canto de sala - 1988
O filme 'BIANCHETTI' -
de Renato Barbieri, transcende qualquer aspecto de sua
narrativa e de sua técnica para alcançar os níveis de uma linguagemnotável e exala, plena de vida e poesia. O documentário cria um tempo múltiplo, não cronológico, de intensa beleza, e há momentos em que quase invertem-se os papéis quando, pelo uso da cor e do enquadramento, transforma os paisagens filmadas em algo mágico, tão semelhante à paleta do pintor, que termina tudo virando pintura: o filme e o seu objeto. Parece que aí penetramos como numa espécie de “terceira dimensão” que só as virtualidades do cinema podem no propiciar. (texto do cineasta Wladimir Carvalho).
DVD BIANCHETTI
Direção Renato Barbieri
Roteiro de Victor Leonard e Paulo Eduardo Barbosa
Está à venda na LIVRARIA CULTURA e pode ser comprado no site da livraria