12.1.13

SEMANA DE ARTE MODERNA / 1922


  
 
                         - Tais Luso de Carvalho


A Semana da Arte Moderna aconteceu de 11 a 18 de fevereiro de 1922 – na verdade ocorreu em apenas três dias: 13, 15 e 17 – no Teatro Municipal em São Paulo. Essa semana foi um marco para a história da arte no Brasil, aparecendo na figura de Mário de Andrade  o principal líder e teórico do Movimento.

Um grupo de artistas – pintores, escultores, arquitetos, músicos, poetas e escritores de vanguarda – reuniu-se e organizou um evento que se intitulou Semana da Arte Moderna, que ficou conhecida como a Semana de 22.

Esse grupo tinha como objetivo romper com o academismo nas artes e nas letras: renovar, chocar, ousar, escandalizar e chamar a atenção para modificar as ideias e formas na pintura e literatura, levar ao público um espírito nacionalista. Sim, os trabalhos apresentados por este grupo chocaram profundamente o público, mas as ideias plantadas germinaram e formaram uma nova geração de artistas, mais preocupados com a humanidade, com a expressão dinâmica do século 20, com a violência, com a mulher como colaboradora inteligente da sociedade e da cultura, e com a nacionalização da arte.

Apresentou-se, então, no saguão do teatro uma exposição antiacadêmica que revelava tendências europeias desconhecidas do público. Naquela exposição, hoje marco histórico da pintura moderna brasileira, haviam trabalhos de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz, Zita Aida, Forignac, Vicente do Rego Monteiro, Martins Ribeiro e outros. Era um surto de nacionalismo, resultante, sem dúvida do desenvolvimento industrial do país – mais rápido e intenso em São Paulo.

Os inovadores, no entanto, incorreram no mesmo erro que condenavam nos acadêmicos: procuravam o Brasil na Europa. Mas pouco tempo depois os escritores e artistas da Semana de 22 sentiram a necessidade de reforçar o sentimento brasileiro que estaria soando falso nas tendências que haviam escolhido e adotado.

Segundo Oswald de Andrade... 

'Não sabemos o que queremos, mas sabemos o que não queremos'.

Promoveram, então, dois movimentos muito significativos: Pau-Brasil, 1924 e o Antropofágico, 1928. Agora sim, colocaram a mão no Nacionalismo! Inspiraram-se em temas regionais, folclóricos e indígenas.

Tarsila do Amaral participou do primeiro movimento, Pau Brasil. Inspirou-se muitas vezes num colorido ingênuo, lírico onde pintava objetos e utensílios populares, desde oratórios de santeiros rústicos à peças artesanais, a afirmações mais genuínas em nossa pintura, deixando para trás o academismo ortodoxo.

O Modernismo, que no Brasil representou a nacionalização da arte, da literatura e da música em todos os aspectos, passou a preocupar-se com os dramas do homem moderno e, principalmente com o drama do homem brasileiro.

Alguns dos Modernistas do Movimento de 1922: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Victor Brecheret, Anita Mafaltti, Di Cavalcanti, Heitor Villa Lobos, Menotti Del Pichia, Ronaldo de Carvalho, Sergio Milliet, Guiomar Novaes, Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira, Graça Aranha, John Graz, Zita Aita, Vicente do Rego Monteiro, Osvaldo Goeldi, Martins Ribeiro, Ferrignac, entre tantos outros.

Coube a Mário de Andrade sintetizar a herança de 1922:

A desintegração do passado artístico.
A atualização intelectual com as vanguardas europeias.
O direito permanente de pesquisa e criação estética.
A estabilização de uma consciência criadora nacional, preocupada em expressar o país.

A Semana de 1922 deixou seu legado!

             A Boba / Anita Malfatti ( a indignação de M. Lobato)                 Cabeça de Mulata / Di Cavalcanti
                    

                     Mulher  / Vicente do Rego Monteiro                                    Anita Malfati / Urutu


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Fontes:
Curso de Literatura Brasileira / Sergius Gonzaga - ed. Leitura XXI
Como entender a pintura moderna / Carlos Cavalcanti - ed.Civiliação Brasileira
História da Arte / Kenia Pozenato – ed..Mercado Aberto
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15.12.12

JOHN T. SALMINEN

 Paris Metro


John Salminen, 67 anos, nasceu em 18 de janeiro de 1945 / Minnesota- USA.
É um artista conhecido e muito premiado por suas paisagens urbanas realistas, e, também, com suas pinturas abstratas. Os detalhes e minúcias de suas obras são fantásticos.
Ganha o reconhecimento por onde passa. Obteve seu bacharelado e mestrado na Universidade de Minnesota.
Vive e trabalha atualmente em Duluth, Minnesota, onde ensinou por 32 anos. Seu trabalho é exibido em inúmeras galerias dos Estados Unidos, Ásia e Austrália. Salminen é uma artista que recebeu  mais de 200 prêmios Nacionais e Internacionais.
Diz, o artista, que seu objetivo final  é transmitir algumas das sensações  ao descobrir a riqueza das imagens geradas pela vida cotidiana nas cidades.

Suas pinturas têm como base, fotos de referência e, que chegando ao seu atelier, intensifica luz, modifica e cria as cores,  detalhes, focos e neons, ensinando as noções de perspectiva aos seus alunos.
Seu trabalho é belíssimo, fiquem com algumas de suas obras em aquarela, acrílico e óleo sobre tela. E por última postei um de seus inúmeros abstratos. Dê uma olhada no vídeo abaixo, vale a pena.
Conheça o site e todos os prêmios do artista aqui: Site do artista

Clique nas fotos (zoom)
 
Bleecker Stret ---------------------  St. Francis - SF 
     
Central Park

Gloucester Boatyard

Brighton Beach


Noite Cable Car

Brooklyn Butcher Schop / aquarela


Preservation Hall

Tollway / abstrato
Mercado Lushan


Vídeo - John Salminen - liguem o som




26.10.12

LEONARDO DA VINCI



- Tais Luso de Carvalho

Um dos mais versáteis artistas de todos os tempos: Leonardo da Vinci, o grande gênio do Renascimento (matéria nesse blog), fez por merecer esse título. Pintor, escultor, arquiteto, engenheiro de guerra, engenheiro hidráulico foi também um apaixonado pela gastronomia.

Nasceu no pequeno vilarejo de Vinci, perto de Florença, em 15 de abril de 1452. Leonardo formaria juntamente com Rafael e Michelangelo, o tripé do movimento renascentista.

Filho ilegítimo de um proprietário rural Ser Piero, membro de ilustre família florentina e da camponesa Catarine. Adotou 'Da Vinci' como sobrenome, numa referência à cidade onde nasceu. Da Vinci foi abandonado pela mãe Caterine – e ficou aos cuidados do pai que não reconhecera o filho bastardo. Mesmo tendo recebido o auxílio paterno, não foi reconhecido e nunca pôde usar o sobrenome da família.

Aos 14 anos Da Vinci, com grande inclinação para as artes, foi encaminhado ao atelier de Andrea Verrocchio, escultor, pintor e ourives. Aos 20 anos, Da Vinci conquistou a posição de pupilo-mor do artista e logo entrou para a Corporação dos Pintores de Florença, como mestre.

Em 1476, com 24 anos, uma desagradável denúncia abalou o artista: uma acusação anônima de homossexualismo (crime, na época) ,mas, foi arquivada por falta de provas. O incidente aumentou ainda mais sua solidão, embora em 1470 já era admirado por intelectuais e artistas.

Em meados de 1482 mudou-se para Milão em busca de novas perspectivas. A partir de 1499, com a invasão do exército francês, no norte da Itália, deixou Milão e passou algum tempo em Veneza. Florença, Milão, e Roma. Em 1516 foi convidado pelo soberano francês Francisco I a viver no Castelo de Cloux em Amboise - na França.

A Última Ceia 1497 (acima)  uma das obras mais apreciadas do mundo apesar da deterioração. Essa obra já bastaria para colocá-lo na lista como um dos maiores mestres da pintura de todos os tempos. Quando recebeu a encomenda da Igreja de Santa Maria Delle Grazie, que desejava um imenso mural, Da Vinci decidiu tentar uma técnica nova. Em vez de usar o afresco – aplicada a cor diretamente sobre a argamassa úmida -, preferiu usar óleo sobre uma superfície seca. O resultado técnico foi desastroso. A pintura foi restaurada diversas vezes e hoje está muito longe do original idealizado pelo artista. Mesmo assim sua força é enorme. Ao mostrar o momento em que Cristo anuncia a traição de um de seus discípulos, Da Vinci capta as reações psicológicas dos doze apóstolos.



Mona Lisa 1505 – a expressão máxima da popularização em escala mundial de uma obra de arte. Certamente é o retrato mais comentado de todos os tempos: a pose é incomum; a expressão é indecifrável; e o sorriso enigmático. Lisa Gherardini, mulher de um grande mercador, tinha 25 anos quando o quadro começou a ser pintado. Sua pose é nobre e altiva apesar da vestimenta ser simples para uma mulher de homem rico. A sua técnica, o sfumatto, é utilizada em seu rosto com cores adocicadas, indefinidas, sem contornos, sem precisões. Ao redor dos olhos e da boca de Mona Lisa o instinto se desfaz em suaves sombreados, esfumando-se. Por isso nunca saberemos seu estado de espírito: santa ou pecadora? Triste ou alegre? Quinhentos anos depois, o sorriso de Gioconda ainda intriga o mundo!

Resumindo, a técnica de sfumatto ( de Leonardo)  suaviza a rigidez e a realidade aparece como que amortecida, o que provoca diversos sentimentos no observador. Os contornos menos pronunciados, as demarcações tornam-se suaves, criam uma atmosfera de representação pictórica livre: o dia e a noite, o claro e o escuro tornam-se componentes importantes da obra.



Dama com um Arminho 1490 – é provável que a modelo tenha sido Cecília Gallerani, considerada uma das amantes do duque Ludovico Sforza, governante de Milão na época. Cecília era uma mulher famosa e admirada. Vinha de boa família, falava latim, escrevia poemas e cantava. Pelos traços vê-se sua determinação, de boca fechada com um sorriso apenas esboçado num rosto de expressão enérgico. O quadro muito original não só pela pose, mas pela inclusão de um animal não muito dócil – que faz um contraponto à serenidade de Cecília.




Sant'Ana a Virgem e o Menino 1510 – apesar de não ser o trabalho mais famoso de Da Vinci, seria mesmo assim sua obra predileta, que foi um tanto original em sua composição. A simplicidade das figuras ganha riqueza com os movimentos, somando-se com a técnica do sfumatto – na qual a passagem de um tom para o outro é suave. Nessa obra o amor materno é mostrado de maneira sutil e convincente.




Anunciação - Com seu rosto suave e os cabelos soltos a Virgem encarna o doce ideal de beleza de Da Vinci. O desenho exato e uma suave gradação das cores como forma de representar fisionomias delicadas, são características dos retratos da época, e que exprimem a tentativa de representar o interior, a alma, por meio de uma expressão física exterior.

A vida e obra de Leonardo Da Vinci retrataram a evolução de seu pensamento. Muitas obras de Da Vinci estão perdidas, ele não as assinava. Sua produção sempre teve a marca da qualidade, mesmo no início. Era incontestável a facilidade que tinha em lidar com o desenho. Seus estudos pictóricos dão expressividade aos rostos.

No seu auto-retrato (1513), com 61 anos, se mostrava-se amargurado. Foi um gênio incontestável, reconhecido em vida por onde passava, onde viveu e trabalhou. Só não foi unanimidade nas diversas áreas em que atuou porque tinha a fama de deixar obras inacabadas. Ao se referir a essa característica de Da Vinci, o Papa Leão X disse:

'Da Vinci gosta mais do caminho que da chegada, mais do processo que do resultado'.

O INVENTOR E DESENHISTA

Da Vinci foi um artista e um grande inventor. Seus desenhos continuam ainda hoje, um grande patrimônio histórico. Essa herança para a humanidade contém 7.700 páginas. Nas suas famosas anotações científicas há centenas de ilustrações de projetos nas mais diversas áreas: da hidráulica à cosmologia, da astronomia à geologia, passando também pela paleontologia, mecânica, geografia, gastronomia, música e também audaciosos projetos de engenharia.

Leonardo foi o primeiro no estudo da anatomia, procurando traduzir através de desenhos detalhados do corpo humano. Quase todos os artistas renascentistas fizeram estudos de mãos. Leonardo, no entanto, baseou seus esboços em observações dos ossos, músculos, nervos, e veias. Grandes deformidades intrigavam-no tanto quanto a beleza.

Conta-se que uma vez ele embebedou um grupo de camponeses afim de poder fazer esboços sobre a repentina bestialidade de suas faces. Suas caricaturas de gente velha refletem um interesse de pesquisador pela avançada idade. Assim foi Leonardo que produziu os mais belos e exatos estudos anatômicos de sua época. Dissecou mais de 30 cadáveres - até que o Papa Leão X o proibiu de entrar no mortuário de Roma.

Clique para ver maior


Velho e abatido, com a mão direita parcialmente paralisada, o artista que era canhoto, escreveu sem cessar. Morreu em 2 de maio de 1519, aos 67 anos. Ao seu lado estava apenas o companheiro dos tempos de Milão, Melzi, responsável pela propagação de seus manuscritos que, mais tarde comporiam o 'Tratado sobre a Pintura'.

'Ele acordou muito cedo, enquanto todos dormiam'. 
(Sigmund Freud)


Clique AQUI e veja a luta contra os efeitos do tempo: uma pequena caixa inteligente, chamada 'climabox' ajuda a preservar auto-retrato de Leonardo Da Vinci. 
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Fontes:
História da Pintura - Könemann
Grandes Pintores / P. Derengosky
pinacoteca ed. caras 1998



20.9.12

DEBRET – ESTILO INCONFUNDÍVEL


Ponte de Santa Ifigênia

- Tais Luso de Carvalho

Jean Baptiste Debret nasceu em Paris no ano de 1768, oriundo de uma família que já se interessava pela arte. Seu pai tinha entre seus amigos figuras de projeção do mundo artístico, entre eles Demaison – arquiteto real, e David, chefe do movimento neoclássico francês e mais tarde pintor da epopeia napoleônica. E foi nesse ambiente que Debret resolveu dedicar-se à arte, iniciando seu aprendizado com David, que exerceu uma grande influência em sua obra.

Em 1785 ingressou na Academia de Belas Artes. Porém, a guerra e a invasão do território francês acentuaram no governo a preocupação com a segurança nacional e os melhores alunos da Academia – entre eles Debret - foram transferidos para a Academia de Pontes e Calçadas, para estudar 'fortificações'.

Essa interrupção na sua carreira de artista não prejudicou sua obra. À partir de 1798, no Salão Oficial, mostrou, já, um estilo que começou a se definir - neoclássico – documentando acontecimentos históricos através de uma forma artística elaborada.

À partir de 1806, sensibilizado pela glória de Napoleão, passou a retratar episódios da vida do imperador. Em 1815, um novo abalo e uma nova interrupção na sua arte. A morte de um filho provoca nele o desejo de se afastar da França.

Acompanhando uma missão artística destinada a fundar uma Academia de Belas Artes no Rio de Janeiro, Debret chegou ao Brasil em 1816. Mas apenas em 1827 foi inaugurada a Imperial Academia de Belas Artes. Logo o Imperador D. Pedro I reconhece o valor de sua arte e Debret passou a ser o pintor oficial da côrte brasileira. 'Coroação de D. Pedro I', o 'Desembarque da Imperatriz Leopoldina', cenários do Teatro Imperial e alegoria do segundo casamento de D. Pedro I, são obras desse período.

A obra que realizou no Brasil foi imensa: cenas brasileiras, retratos de família, pinturas para o cenário do Teatro São João, , trabalhos de ornamentação para a cidade do Rio de Janeiro para festas públicas e oficiais, assim como solenidades da aclamação de D. João VI. Também foi professor da pintura histórica na Academia Imperial de Belas Artes e realizador da primeira exposição de Arte no Brasil, inaugurada em 2 de dezembro de 1829.

É, certamente, o artista da Missão Francesa mais conhecido pelos brasileiros, por seus trabalhos que documentam a vida no Brasil durante o século 19  e muito reproduzidos nos livros escolares.

A pintura Ponte de Santa Ifigênia (acima) se destaca pela impressão de profundidade da ponte e das pessoas. A presença de poucas casas e muita vegetação, hoje está numa área central de São Paulo, das mais movimentadas.

Mais desenhista do que pintor sua arte mostrou toda a fidelidade dos ensinamentos acadêmicos neoclássicos. 

Voyage Pittoresque et Historique au Brésil, é uma obra em 3 volumes, no qual focaliza a vida da côrte e do campo no Brasil, os escravos e os índios do reino. 

Cita-se essa obra como a  mais importante onde encontramos todas as ilustrações de Debret - desenhos e aquarelas - onde documenta os usos e costumes da época dos indígenas à sociedade do Rio de janeiro e assuntos diversos, como paisagens naturais e urbanas, retratos, estudos de condecorações, peças de vestuário e acessórios de montaria.

O estilo de Debret é inconfundível e alia-se a uma grande fidelidade nas informações.
Em 1831, após a abdicação do imperador, regressa à França onde morre em 1848.

Cenas brasileiras
Os Calçadores
Coroação de D.Pedro I
O caçador de escravos
Um jantar brasileiro
Desembarque de Leopoldina
O velho Orfeu africano



29.8.12

PETER PAUL RUBENS



Peter Paul Rubens, filho de pais flamengos (região belga). Nasceu em Siegen, na Alemanha em 1577. Seu pai era advogado protestante de Antuérpia, que fugira para a Alemanha para escapar à perseguição religiosa.

Após a morte do pai, em 1587, voltou à Antuérpia acompanhado da mãe. Na Alemanha foi batizado Calvinista, mas tornou-se católico. Durante as décadas 1620 e 1630 tinha como patrono personalidades das mais influentes da Europa, dentre eles os reis Carlos I, Felipe IV, Maria de Médice, os Mantuas, as igrejas os quais encomendavam uma grande variedade de obras.

Seu atelier em Antuérpia era bastante movimentado, repleto de assistentes e aprendizes. Entre seus alunos estavam Van Dyck, Jan Brughel e outros gênios. Produzia centenas de composições com desenhos previamente preparados por ele e que retornava, depois às suas mãos para a arte final. Rubens tornou-se um artista independente aos 22 anos. Anos depois, pode já comprar uma luxuosa casa, com jardim, no centro de Antuérpia.

Recebeu muitas encomendas prestigiosas, entre elas o Levantamento da Cruz /1610, A Deposição da Cruz / 1611, A Casa de Banquete de Inigo Jones. Foi bastante influenciado por Ticiano do qual quando foi à Madri, pode copiar algumas de suas obras. Familiarizou-se e teve influência de Veronese, Rafael, Leonardo da Vinci e Tintoretto. Seus trabalhos sempre expressavam vivacidade, movimento, delicadeza e elegância, e com isso e outras particularidades, alcançou fama mundial.

Sua segunda esposa, Hélène Fourment, de 16 anos, aparece em várias de suas obras. Rubens ficou amigo de Caravaggio e logo ingressou nas altas-rodas. Famoso e rico, no fim da vida sua pintura acalmou-se, num estilo de quietude intimista, querendo agarrar a natureza. As composições deixaram de ser assimétricas, com menos movimento e mais sentimento. A calmaria das paisagens substituiu a variedade de cores do antigo barroco. Diminuiu a intensidade da mistura do sacro com o profano, trocando um pouco  a intensidade cromática pelos detalhes humanos.
Faleceu em 1640, em Antuérpia aos 63 anos.

O MASSACRE DOS INOCENTES (obra acima)

Abandonado por quase um século num cômodo escuro de um mosteiro austríaco, a obra O Massacre dos Inocentes, foi catalogado no século 18 como autoria do artista flamengo Jan van den Hoecke – seguidor de Rubens. Em 2001, no entanto, descobriu-se que a obra é de um dos maiores nomes da arte flamenga de todos os tempos: Peter Paul Rubens. Pintado por volta de 1611 o quadro é um dos que o artista fez sobre o massacre de todos os meninos recém-nascidos, da Judéia, ordenado pelo rei Herodes para evitar a vinda do Messias, ou seja, de Jesus. A solidez dos corpos dos soldados, a harmonia de uma composição exuberante e complexa, a vivacidade das cores, a expressividade das variadas emoções perante o horror do infanticídio, com soldados arrancando bebês dos braços de suas mães, são alguns dos pontos altos da obra. O quadro revela nítida influência dos grandes mestres italianos: a cor do veneziano Ticiano, as formidáveis figuras humanas de Michelangelo e do claro-escuro de Caravaggio. (National Gallery / Londres)





ALGUMAS OBRAS:

A adoração dos reis magos – 1609 (Museu do Prado)
  A adoração dos reis magos – 1624 ( Museu Koninklijk, Bélgica)
Prometeu acorrentado – 1611 (Museu de Arte da Filadélfia)
A deposição da cruz – 1614 (Catedral de Antuérpia, Bélgica)
Retrato de Suzanne Fourment - 1625 (National Gallery, London)
          O casaco de peles – 1638 ( Museu Koninklijk, Bélgica)
Samson and Delilah - 1610  (National Gallery, London)
 Os silenos bêbados - 1617 (Pinacoteca de Munique)
O sentido da visão – 1617 (Museu do Prado)
Suzanna and the Elders - 1608
Assumption of the Virgin Mary - 1626
The Rainbow landcape - 1636
Romulus and Remus 1616
Caça aos leões – 1616
The Three Graces - 1635 



Referências:  
 Grandes Artistas ed. Sextante 
 Grandes Pintores - Derengoski
 Bravo 100 Obras Essenciais


20.7.12

TÉCNICAS PARA PEANHAS (SUPORTE PARA SANTOS)



 À pedido de leitores do blog Das Artes  posto algumas técnicas (minhas) para peanhas. São muito fáceis e podem ser feitas em madeira, resina, cerâmica ou gesso.
 O 'crédito' das fotos - para efeito decorativo da página - estão no final da postagem.

FOLHAÇÃO COM OURO

- Impermeabilizar a peanha com goma laca - 3 vezes. Entre cada demão deixe secar ou use o secador.
- Passe verniz mordente e espere ficar no ponto de grude. Notará ao tocar.
- Grude as folhas de ouro ou prata, uniformemente, com pincel macio para não ficar marcado.
- Deixe secar bem.
- Passe goma laca incolor para impermeabilizar e com o tempo não oxidar.
- Deixe secar.
- Passe betume, diluído na aguarrás, mas num ponto fraco.
- Retire com um pano macio, deixando aparecer bem o ouro.



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EFEITO BAMBU ENVELHECIDO

- Impermeabilize 3 vezes a peanha (de gesso ou resina) com goma laca indiana. Deixe secar entre uma e outra demão.
- Passe o betume dissolvido com aguarrás e logo em seguida limpe com um pano macio no mesmo sentido.
- Passe cera nos dedos, besunte os dedos com purpurina ouro e faça nuances, de leve, nos pontos da peça que você quer o ouro. Ou coloque folhas de ouro, mais bonito!



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 EFEITO MARFIM

Impermeabilize a peça com uma demão de goma laca incolor.
Passe tinta a óleo branca (bisnaga) em toda a peça.
Deixe secar bem.
Pinte com tinta bisnaga na cor marrom terra, ou siena e vá retirando com um pano macio por partes. Deixe um pouco de tinta nas partes mais profundas.
Deixe secar e abra o lustro.


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EFEITO TERRACOTA

- Dê uma demão de tinta PVA na cor terracota, flamingo ou salmão.
- Deixe secar.
- Dilua a tinta a óleo (bisnaga) branca em um pouquinho de aguarás, até ficar cremosa.
- Aplique em toda a peça.
- Retire em seguida com um pano macio.


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EFEITO MADEIRA VELHA 'COLORIDA'

- Não impermeabilize a peça.
- Escolha uma 'tinta a óleo' da cor desejada e um pouquinho de aguarrás para dissolver.
- Passe na peça. Deixe secar.
- Passe betume dissolvido ao tom médio e vá limpando por partes.
- Coloque talco em toda a peça e retire o excesso.

- Abra o lustro, e se quiser, aplique com o verniz mordente, alguns filetes de folha de ouro. 



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EFEITO ENVELHECIMENTO RÚSTICO (sem foto)

- Passe 1 vez a goma laca indiana.
- Passe as 3 tintas a óleo (bisnaga) na ordem verde, marrom e vermelha, uma após a outra, esperando uns 5 minutos de secagem entre elas.
- Espere um pouco e retire tudo com papel higiênico.
- Solte talco e passe uma flanela.


EFEITO MADEIRA MUITO VELHA (sem foto)

- Passe betume diluído em aguarrás 'sem impermeabilizar' a peça, nem muito forte, nem muito fraco. Espere uns minutos e jogue talco por cima. Retire o excesso com pano macio. Se quiser repita a operação, pois essa técnica permite tudo, até erros.

A peça ficará bem velha. Se gostar aplique filetes de folha de ouro envelhecida e impermeabilize apenas as folhas. Cubra com betume e retire logo.

EFEITO MADEIRA ESTILIZADA (sem foto)

- Aplique uma demão de goma laca purificada.
- Misture 2 partes de betume e 1 parte de aguarrás. Aplique sobre toda a peça.
- Deixe secar.
- Passe um Bombril suavemente sobre as áreas em relevo.
- Misture a goma laca e um pouquinho de purpurina e aplique sobre as áreas que deseja realçar.




'Crédito' das fotos aos sites, como ilustração do post:

- Vila Club - Villa Ântica - Catálogo Das Artes - Mercado Livre - Leilão Justo
- Empório de Arte - Detalhes Leilões