Ponte de Santa Ifigênia
- Tais Luso de Carvalho
Jean Baptiste Debret nasceu em Paris no ano de 1768,
oriundo de uma família que já se interessava pela arte. Seu pai
tinha entre seus amigos figuras de projeção do mundo artístico,
entre eles Demaison – arquiteto real, e David, chefe do movimento
neoclássico francês e mais tarde pintor da epopeia napoleônica. E
foi nesse ambiente que Debret resolveu dedicar-se à arte, iniciando
seu aprendizado com David, que exerceu uma grande influência em sua
obra.
Em 1785 ingressou na Academia de Belas Artes. Porém, a guerra e a invasão do território francês acentuaram no governo a preocupação com a segurança nacional e os melhores alunos da Academia – entre eles Debret - foram transferidos para a Academia de Pontes e Calçadas, para estudar 'fortificações'.
Em 1785 ingressou na Academia de Belas Artes. Porém, a guerra e a invasão do território francês acentuaram no governo a preocupação com a segurança nacional e os melhores alunos da Academia – entre eles Debret - foram transferidos para a Academia de Pontes e Calçadas, para estudar 'fortificações'.
Essa interrupção na sua carreira de artista não
prejudicou sua obra. À partir de 1798, no Salão Oficial, mostrou,
já, um estilo que começou a se definir - neoclássico –
documentando acontecimentos históricos através de uma forma
artística elaborada.
À partir de 1806, sensibilizado pela glória de
Napoleão, passou a retratar episódios da vida do imperador. Em
1815, um novo abalo e uma nova interrupção na sua arte. A morte de
um filho provoca nele o desejo de se afastar da França.
Acompanhando uma missão artística destinada a fundar
uma Academia de Belas Artes no Rio de Janeiro, Debret chegou ao
Brasil em 1816. Mas apenas em 1827 foi inaugurada a Imperial Academia
de Belas Artes. Logo o Imperador D. Pedro I reconhece o valor de sua
arte e Debret passou a ser o pintor oficial da côrte brasileira.
'Coroação de D. Pedro I', o 'Desembarque da Imperatriz
Leopoldina', cenários do Teatro Imperial e alegoria do segundo
casamento de D. Pedro I, são obras desse período.
A obra que realizou no Brasil foi imensa: cenas
brasileiras, retratos de família, pinturas para o cenário do Teatro
São João, , trabalhos de ornamentação para a cidade do Rio de
Janeiro para festas públicas e oficiais, assim como solenidades da
aclamação de D. João VI. Também foi professor da pintura
histórica na Academia Imperial de Belas Artes e realizador da
primeira exposição de Arte no Brasil, inaugurada em 2 de dezembro
de 1829.
É, certamente, o artista da Missão Francesa mais conhecido pelos brasileiros, por seus trabalhos que documentam a vida no Brasil durante o século 19 e muito reproduzidos nos livros escolares.
É, certamente, o artista da Missão Francesa mais conhecido pelos brasileiros, por seus trabalhos que documentam a vida no Brasil durante o século 19 e muito reproduzidos nos livros escolares.
A pintura Ponte de Santa Ifigênia (acima) se destaca pela impressão de profundidade da ponte e das pessoas. A presença de poucas casas e muita vegetação, hoje está numa área central de São Paulo, das mais movimentadas.
Mais desenhista do que pintor sua arte mostrou toda a fidelidade dos ensinamentos acadêmicos neoclássicos.
Voyage Pittoresque et Historique au Brésil, é uma obra em 3 volumes, no qual focaliza a vida da côrte e do campo no Brasil, os escravos e os índios do reino.
Cita-se essa obra como a mais importante onde encontramos todas as ilustrações de Debret - desenhos e aquarelas - onde documenta os usos e costumes da época dos indígenas à sociedade do Rio de janeiro e assuntos diversos, como paisagens naturais e urbanas, retratos, estudos de condecorações, peças de vestuário e acessórios de montaria.
O estilo de Debret é inconfundível e alia-se a uma
grande fidelidade nas informações.
Em 1831, após a abdicação do imperador, regressa à
França onde morre em 1848.
Cenas brasileiras
Os Calçadores
Coroação de D.Pedro I
O caçador de escravos
Um jantar brasileiro