7.9.15

RODRIGO DE HARO




Rodrigo De Haro nasceu em Paris / França, em 6 de maio de 1939. Poeta, mosaicista, gravador e pintor. E também imortal da Academia Catarinense de Letras. É filho do também conhecido pintor Martinho de Haro, que ganhou como prêmio uma bolsa de estudos na França, onde passou longa temporada. Rodrigo nasceu em Paris e veio bebê para o Brasil logo que estourou a II Guerra, em 1939. Foi criado entre as tintas e pincéis na casa da família, na rua Altamiro Guimarães, no centro de Florianópolis, que era um local de encontro de artistas e intelectuais.

Em 1958, realizou sua primeira exposição individual na Faculdade de Direito de Florianópolis. Suas poesias datam desde 1960, como organizador do movimento surrealista – brotadas do inconsciente humano – e tem seus poemas publicados em livros e em antologias no Brasil, Espanha e Estados Unidos. Em 1987, trabalhou na decoração do Teatro Municipal de Florianópolis com 80 painéis - Mandalas.

Também trabalha com Art-nouveau e figuras orientais trabalhando com elementos diversificados. Suas obras espalham-se por diversos lugares, inclusive na Igreja de Santa Catarina de Alexandria, em homenagem à padroeira de Florianópolis. Entre muitas atividades, é autor, também, de todos os cenários do filme sobre Cruz e Sousa rodado pelo cineasta Sílvio Back.

Há anos, divide seu tempo entre Florianópolis e São Paulo, o que, com certeza, deve conferir mais visibilidade às múltiplas iniciativas em que sempre se envolve, emprestando seu talento não apenas às letras e às artes em geral, mas especialmente à arte do mosaico, que tem nele um realizador emérito, pelo estilo, pela força, pela surpresa de suas obras, pela extravagância do colorido e pela temática, sempre comprometida com nossa latinidade, nossa gente, nossa fé e nossa cultura.

Sua pintura há décadas que caminha junto com sua produção literária, ambas de estilo inconfundível, pessoal, onde estão presente os mesmos temas e obsessões. Podemos dizer que sua pintura é literária e sua poesia é, predominantemente, imagens visuais.





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13.8.15

CARYBÉ – BIOGRAFIA E OBRAS


       
       - por Tais Luso

Carybé, o artista que traduziu o encantamento da Bahia! Mas seu verdadeiro nome é Hector Julio Páride Bernabó, e nasceu em Lanus, na Argentina, em 1911. Passou sua infância na Itália, entre Gênova e Roma e veio para o Brasil em 1920. Porém 10 anos depois, retorna para sua terra natal. Nesse meio tempo Carybé, dotado de grande talento para o desenho, estuda na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro e posteriormente na Escola de Artes Decorativas de Buenos Aires.

Nessa cidade inicia a carreira jornalística fazendo ilustrações para o jornal Notícias Gráficas. Mais tarde é contratado pelo Pregón, para fazer reportagens sobre o Brasil e é quando se entusiasma pela Bahia.

As obras que expõem pela primeira vez, no Museu Nacional de Buenos Aires, em 1940, são desenhos e aquarelas de estilo figurativo, representando motivos baianos.

Dez anos mais tarde depois de vir algumas vezes ao Brasil e de realizar várias exposições nas galerias de Buenos Aires, Carybé se fixa-se definitivamente (1950) em Salvador, integrando-se ao mundo artístico brasileiro, alcança êxito com seus quadros e painéis onde descreve cenas de dança e de capoeira através de traços rápidos e vibrantes; esculpe Orixás em madeira e prata ou pinta mulatas com cores vivas.

Seu currículo inclui dezenas de individuais no Brasil e no exterior e diversas participações em exposições coletivas. Em 1956 teve sala especial na Bienal de Veneza (Itália). Ilustrou livros de Mário de Andrade (Macunaíma - um dos grandes romances modernistas); de Rubem Braga (A Borboleta Amarela); de Gabriel Garcia Marquez ( O Enterro do Diabo); de Jorge Amado (O Sumiço da Santa) entre outros. Em 1996 expôs em Madri, e em Paris.

Artista de vários prêmios, participando de várias Bienais de São Paulo, ganhou como Melhor Desenhista Nacional de 1955. Seus painéis destinaram-se à decoração de edifícios públicos, executou em 1958 o painel do atual Aeroporto Kennedy, em Nova York.

Pela visita da Rainha Elizabeth, ao Brasil em 1969, foi-lhe ofertado uma obra de Carybé - pelo governo brasileiro. Dado a isso o artista recebeu um convite para expôr na Tryon Gallery de Londres.

Faleceu em na Bahia / Salvador em 1997 aos 86 anos. Foi gravador, pintor, desenhista, ilustrador, ceramista, muralista e jornalista.

Argentino, naturalizado brasileiro.











Referências: Bolsa de Arte do Rio de Janeiro /2003
Arte nos Séculos / Abril Cultural.



12.7.15

WASSILY KANDINSKY - ARTE ABSTRATA

Negro e violeta - 1924

- Tais Luso


Wassily Kandinsky, um dos pioneiros da arte abstrata, nasceu em Moscou / Rússia, em 1866 e faleceu em 1944, em Neuilly-sur-Seine. Esse pintor mudou a arte para sempre. Suas obras de cor pura e formas abstratas marcou uma revolução nas artes: o nascimento do abstracionismo.

Foi escritor, teórico, entalhador, litógrafo e pintor além de ter estudado Direito e Economia  na Universidade de Moscou. Depois o rumo foi outro: as artes!

Após uma exposição dos impressionistas franceses, no qual um dos quadros de Monet o impressionou muito - Montes de Feno -, abandonou a carreira como professor universitário do curso de Direito e em 1896 partiu para Munique a fim de estudar pintura. Seus primeiros trabalhos, portanto, tinham uma notória influência desses impressionistas franceses e da arte folclórica de sua Rússia. Participou, também, do movimento expressionista.

Em 1901 foi um dos fundadores de uma sociedade de vanguarda chamada Falange, na Alemanha, e o principal porta-voz da Art Nouveau. Suas pinturas, na virada do século, combinavam Art Nouveau com reminiscências da arte popular russa. 

Em 1908 o russo Kandinsky voltou à Munique e começou uma transformação: trocou o elemento figurativo pela abstração pura. Sua primeira ‘sinfonia visual’ foi mais pela busca do geométrico do que por uma linha figurativa. A sua busca pelo elemento não figurativo deu-se quando não reconheceu sua própria obra - figurativa - que estava de cabeça para baixo, vendo nela uma bela obra.

Antes de sua primeira exposição - 1910, O cavaleiro azul - Kandinsky apresentou seu ensaio acerca do espiritual da arte, que só conseguiu publicar dois anos mais tarde. Nesse livro Kandinsky desenvolveu suas ideias acerca de um estilo autônomo, de uma pintura que não careceria de descrição dos objetos. Nesse ponto o artista mostrou sua intenção de ser reconhecido como o inventor do primeiro trabalho abstrato. 

Não diria que o artista repudiava a representação, mas afirmava que o artista puro seria aquele que conseguisse expressar somente sentimentos interiores e essenciais, ignorando o superficial e o eventual. 

Em 1914 retornou à Rússia onde foi laureado por várias vezes. Porém, descontente com a ascensão do desenho industrial que subordinavam as belas artes, deixou a Rússia em 1921 assumindo o cargo de professor na Bauhaus.  

Em 1927 naturalizou-se alemão, mas em 1933 deixou a Alemanha rumo à França,  quando a escola foi fechada sob pressão do Partido Nazista, e Kandinsky  exilou-se em Paris, obtendo a cidadania francesa em 1939  permanecendo na França o resto da sua vida.


Algumas obras: 
Do espiritual na arte - 1912
Reminiscências - 1913
Ponto e linha sobre o plano - 1926
Esboço de uma obra II - 1909
Os Cossacos - 1910
Lirismo - 1911
Improvisação 31 - 1913
Composição VI - 1913
Composição 218 - 1919 
Círculos no escuro - 1921


A cor é uma força poderosa que influencia diretamente a alma...
e nela provoca vibrações.

No Azul - 1925
Mit und Gegen - 1929
On Points - 1928
Esboço VII - 1913
Transverse line - 1923


Veja vídeo

Com óculos de realidade aumentada, é possível ver o quadro  dividir-se  de acordo com o movimento do visitante, e acompanhar toda a complexidade das obras do artista. Essa exposição - com mais de 150 obras - ficará no Brasil até setembro de 2015. 
Atualmente encontra-se no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo.

24.5.15

JOAN MIRÓ E EXPOSIÇÃO EM SÃO PAULO





Domingo 24 de maio de 2015, abre a maior exposição em São Paulo (e no Brasil), do artista Joan Miró. São 112 obras, entre elas, algumas do acervo pessoal.
Essa exposição fica em cartaz até o dia 16 de agosto no Instituto Tomie Ohtake, com desenhos, gravuras, além de fotografias sobre a trajetória do pintor catalão.
O neto de Joan Miró, Joan Punyet Miró organiza as exposições do artista, que se tornou uma referência da arte moderna do século XX. Com o passar dos anos Miró deu vida e sentimento às obras através das cores. As obras foram escurecendo, principalmente com as perdas de amigos como Picasso e Dalí.  

Encanto do Renascer - 1941


Joan Miró, pintor, artista gráfico, projetista e ceramista nasceu em Barcelona em 1893. Suas pinturas são inconfundíveis, cheias de símbolos e signos.

Miro foi uma criança introvertida e colecionava plantas e pedras. Sua visão, como artista, estava mais direcionada no firmamento, nos pássaros e nas mulheres. Isso se verifica na série Constelações, composta por 23 obras, onde tudo aparece individualizado, mas simultaneamente entrelaçados por uma sutil ‘teia de aranha’. 

Na adolescência foi auxiliar de escritório numa loja de remédios em Barcelona. Em 1911, debilitado por ter contraído febre tifoide, foi para uma região montanhosa da Catalunha onde sua família tinha propriedade. Na doença, contrariando seu pai resolveu dedicar-se às artes. E aos 27 anos foi para Paris, onde conheceu Picasso e outros nomes de vanguarda.

O encontro com o surrealismo aconteceu 4 anos depois quando conheceu o pintor francês  André Masson. A tela O Carnaval do Arlequim - 1924 - marca a passagem influenciada pelo fauvismo e dadaísmo para uma linguagem de símbolos, grafismos, a fosforescência das cores alegres, elementos livres, divertidos e lúdicos. Após ter sido apresentado aos surrealistas por Masson, incorporou, também, elementos do acaso em suas pinturas. A arte de Miró é mais alucinatória que onírica (referente aos sonhos).

Seus quadros do começo da década de 1920 trazem marcas das visões que experimentou em épocas de pobreza e fome. Suas complexas paisagens são habitadas por estranhos seres feitos de hastes e amebas. As cores fortes e as formas fantásticas também são típicas do estilo de Miró; Hirondelle Amour é uma das quatro pinturas preparatórias para tapeçaria produzidas durante o período que marcou seu retorno à pintura após trabalhar em colagens e criações baseadas em obras primas holandesas.

Suas primeiras obras sofreram influências de vários movimentos modernos – fauvismo, cubismo e dadaísmo, porém era associado ao surrealismo cujo manifesto assinou em 1924. 

Sua força criativa vinha da liberdade de seu inconsciente. Segundo Breton, Miró foi o mais surrealista de todos. Embora sua obra tivesse muito de lúdica, a guerra civil espanhola não deixou de influenciar algumas de suas pinturas, deixando-as mais sombrias e até atormentadas, que o artista retrata em momentos difíceis e tristes de sua vida: a Espanha - sob a ditadura de Franco; a Europa ocupada pelos nazistas; seus amigos perseguidos na França ou exilados na América.

Em 1940 volta à Espanha - para escapar da invasão alemã – e a partir daí, em Majorca, trabalha com cerâmica. 

Nos Estados Unidos, trabalhou no mural em Cincinnati, no ano de 1947; em 1950 num mural para a Universidade de Harvard; em 1958 em dois murais de cerâmica: ‘O Mur du Soleil e ‘Mur de la Lune – edifício da UNECO, em Paris. Neste período envolveu-se, também, com litografia e com projetos de vitrais, já com 80 anos. Veio a falecer em Barcelona em 1983, aos 90 anos.


 
Horse, Pipe and red flowers


Decifrando o desconhecido

 
Hirondelle Amour





Mais sobre Miró clique aqui - Fundação Joan Miro    - Em Barcelona 

                 




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5.5.15

VITRAL / UM POUCO DA HISTÓRIA


Igreja Matriz de Espinho / Portugal

Ocupando o espaço que corresponde a uma janela o vitral tem a função tanto decorativa quanto de iluminação. Confeccionado com pedaços de vidros coloridos e transparentes, eram unidos entre si, à princípio, por meio de nervuras metálicas. Era empregado nas catedrais e construções góticas.

Embora pareçam tão antigos quanto os vidros, na realidade os vitrais só foram difundidos a partir do século X, na França.

Vinculado, ainda à arquitetura, a técnica de produção de vitrais teve seu apogeu no séc. XIII e foi caindo em desuso no séc. IV, para se aproximar da pintura. Entrou em franca decadência no séc. XVI. Dessa maneira acabou por perder em grande parte a importância que tivera na arte medieval.

Não restou nenhum vitral do séc. X: o da catedral de Reims / França, foi inteiramente destruído e o da catedral de Magdebourg, construída no ano 1000 foi bombardeado durante a Segunda Guerra Mundial.

Do séc. XI sobreviveu alguns exemplares como o da catedral de Augsburgo / Alemanha e de Le Mans / França. Este último reúne quatro painéis sobre a Ascensão de Cristo, de composição não inteiramente gótica, mas um pouco românica. Em muitos desses vitrais a importância da luz e da cor é maior do que a do desenho.

Já no séc. XIII, o potássio – que formava bolhas nos vidros e favorecia sua decomposição pela refração da luz – foi substituído pela soda, na composição dos vidros, e as nervuras passaram a ser montadas com barras de ferro cobertas de chumbo. Essas mudanças explicam a evolução do vitralismo e a excepcional qualidade das obras produzidas nessa época.

O vitral de maior importância produzido na idade Média é o da catedral de Chartres, seguido pelo de Bouges, ambos executados pelos mesmos atelies de vitralistas em princípio do séc. XIII.

Nessa época floresceu ateliers em toda a França, com estilos não muito diferentes, mas variando nas cores. Desenvolveram-se, também, atelies na Alemanha e Inglaterra.

Com quase totalidade, os vitrais até aqui sofreram influência bíblica, porém no séc. XV começaram a apresentar figuras mais naturalistas, com animais, objetos e flores. As nervuras passaram a ser esmaltadas, os desenhos mais delicados como na igreja de Montmorency.

No séc. XIX ocorreu uma tentativa de retomada do vitralismo, através do estilo gótico. Eugènne E.Villet-le-Duc restaurou em 1848 a Saint-Chapelle para o que foi necessário pesquisar novamente as técnicas dos séculos XII e XIII que se haviam perdido. A composição de vitrais no séc. XX aparece ligada às pesquisas de pintura como as experiências de luz e cor do abstracionismo.

Servindo de acessório à arquitetura os vitrais foram utilizados na capela de Notre Dame Du Hant, construída entre 1950 e 1955 por Le Corbusier, em Ronchamp. Dentre os vritralistas contemporâneos destacam-se o alemão Karl S. Rotluff e o inglês Hogan – criadores da igreja São Tomás, em Nova York.

Catedral Colônia / Alemanha

Catedral de Chartre
    
Gaudi
 Notre Dame de Paris


Santes Creus / Clique para aumentar

Clique para aumentar

2.1.15

POLLOCK - O EXPRESSIONISTA ABSTRATO

Convergence 1952 / uma enorme e multicolorida 'pintura de ação'.

Jackson Pollock, pintor americano, nasceu em Cody – perto de Nova Iorque em 1912. Era filho de um granjeiro, tinha parte de sua origem irlandesa e parte escocesa. Inicialmente viveu em contato com solo americano, nos Estados de Wyoming, Arizona e California. Sua vocação artística revelou-se a partir de 1925 quando se inscreveu na Manual Art School de Los Angeles. Em 1929 foi estudar em Nova Iorque no Atelier de Thomas Hart Beton, pintor folclórico.

Descobriu em seguida a pintura em areia dos índios americanos e os pintores mexicanos de afrescos. Todavia, seu desenho inspirou-se nos mestres do barroco europeu. Em 1936 pintou telas violentamente expressionistas. Em 1940 executou trabalhos mitológicos, um pouco influenciados por Picasso, onde as formas se deslocam no espaço: Pasiphaé - 1943 / Totem – 1944.

Desde então desenvolveu pinturas automáticas que resultaram, em 1947, no completo domínio de sua técnica. Inventou processos originais aplicando imensas telas contra a parede ou no chão. Em vez de usar pincel e paleta, praticava o dripping  passeando sobre a tela com latas furadas, de onde escorria tinta.

Ainda que Max Ernst tenha reivindicado a autoria desta técnica, foi Pollock quem a desenvolveu e dela tirou os resultados mais significativos: Catedrais - 1947, Verão – 1948, Bruma de Lavanda – 1950, Ritmos de Outono – 1950.

Estas telas gigantes apresentam um emaranhado de linhas, de espessura variada, que ocupam toda a superfície e com movimentos furiosos. Os últimos trabalhos desta série, pintados sobre vidro, misturam à tinta, conchas, pregos e pedaços de tela de arame.

Em 1950 a 1952 Pollock pintou em preto e branco, praticando um expressionismo abstrato delirante - Echo, 1951. Sua tela Abismo apresenta um buraco preto sobre um fundo branco. Depois voltou às formas circulares, onde alguns encontram analogia com os ritmos do Jazz: Oceano cinzento

Criador da Action Painting, Jackson Pollock encarna a fúria de uma raça embriagada por grandes espaços e o drama de uma civilização desencadeada. Sua obra deu consciência à pintura americana de sua autonomia e representa a afirmação da escola de Nova Iorque.

Embora alguns críticos europeus e norte-americanos tivessem ironizado a obra de Pollock como um exibicionismo vazio, a Pintura de Ação encontrou  na década de 1950 numerosos adeptos na Europa.

O exemplo de Pollock afetou não só os artista mais jovens; pintores contemporâneos e mais velhos, foram capazes de rechaçar as inibições convencionais e ingressar em terrenos semelhantes. 

Pollock travou uma grande batalha contra o alcoolismo e a depressão. Em 1937 internou-se por 4 meses num hospital psiquiátrico onde se submeteu à tratamento químico e  a uma análise. 

Em seguida numa guinada rumo à abstração, incorporou em sua pintura elementos dos modernistas Picasso e Miró, assim como técnicas aprendidas com Siqueiros. Sua primeira obra de grande dimensão foi Mural – 1943 / 1944.

Entre 1947 a 1951 criou a série que abalaria o mundo das artes. Alguns viam nele apenas um criador de peças caóticas e isentas de qualquer sentido – a Revista Time chegou a apelidá-lo de Jack, o Gotejador. Outros, como Greemberg aclamavam-no como o mais vigoroso pintor da América Contemporânea. Mas, contudo, deixou seu nome como um marco nas artes do século XX. 

Levado por um processo criador devorante, Pollock, de temperamento frenético, passou por períodos de angústia e inércia, terminando por morrer tragicamente em um acidente de carro, com velocidade acima do normal. Faleceu em 1956, Estados Unidos com 44 anos neste acidente.

Algumas obras primas:

Macho e Fêmea - 1942
A mulher-lua corta o círculo - 1943
A Loba - 1943
Mural - 1943,1944
Névoa Noturna - 1945
The Key - 1946
Full Fathom Five - 1947
Catedral - 1947
Verão:número 9A - 1948
Mastros azuis - 1952
Convergência - 1952

'Quando estou na minha pintura não tenho consciência do que estou fazendo. Só depois de uma espécie de período para 'travar conhecimento' é que me dou conta daquilo em que estive me envolvendo'.


Jackson Pollock
Mural / 1943
The Key 1946
One number 31

The She Wolf  1943 (A loba) - MOMA - Nova York


Filme:
A saga do pintor do expressionismo abstrato 


24.11.14

DJANIRA E SUA OBRA BRASILEIRA


Três Orixás - 1966 / Pinacoteca do Estado de SP

Djanira da Mota e Silva nasceu em Avaré – São Paulo em 1914. Foi pintora, desenhista, ilustradora, cartazista e cenógrafa brasileira. Ainda fez desenhos para tapeçaria e azulejaria. Aos 23 anos, contraiu tuberculose e foi internada no Sanatório Dória, em São José dos Campos.

Djanira retratava o brasileiro, que pescava, que moia farinha, que colhia cana, chá, mate, café. Era o Brasil de outrora, o campo, as casas coloniais, as montanhas, as paisagens. O mundo pictórico de Djanira era a consequência do que ela via. O cenário que a cercava era sempre um tema: foi assim que visitou os índios Canela, no interior do Maranhão, e percorreu o Brasil do norte ao sul para desvendar os diferentes aspectos. Essa peregrinação iniciou-se na sua infância, seguindo o pai nas suas sucessivas mudanças pelo interior.

Emeric Marcier e Milton Dacosta ensinaram-lhe os princípios básicos da técnica, da mistura das cores, do uso da paleta. Mas foi vendo e sentindo, tentando e analisando que sua formação artística se completou.

A Ascensão de Djanira no cenário artístico nacional foi rápida. Não tinham passado três anos desde sua primeira exposição em 1942 e já participava das maiores mostras coletivas de artistas brasileiros no exterior ao lado de Portinari, Guignard, Di Cavalcanti e outros.

Mas já em 1942 mostrava sua vocação pelo passado e pela província. Ainda em 1945 viajou aos Estados Unidos onde expôs em Washington, Boston e Nova York e onde foi influenciada pela pintura de Pieter Brueghel. Nesta mesma época, conheceu Fernand Léger, Joan Miró e Marc Chagall. Contudo, até 1950, foram as crianças numerosas e contornadas por um traço escuro que dominaram suas telas.

Gradativamente o traço do contorno foi desaparecendo, juntamente com os volumes. A pintura tornou-se chapada, de cores vivas e distribuídas em campos bem determinados. À medida que sua obra se transformava, Djanira conquistava inúmeros prêmios nas exposições realizadas pelo país, como a grande medalha de prata no Salão do Distrito Federal (1950) e a medalha de ouro do Salão de Arte Moderna de São Paulo (1951).

Os temas regionais apareciam cada vez com mais frequência, como no mural para o Liceu Municipal de Petrópolis. Em 1958 foram realizadas duas grandes retrospectivas: na Galeria das Fôlhas, SP e no Museu de Arte Moderna no Rio de janeiro.

Totalmente aceite pela crítica e pelo público, a obra de Djanira representa uma maneira sincera de ver e de sentir que marcou profundamente a arte brasileira. Em janeiro de 1971, após um ano de trabalho, publicou uma obra artesanal: Oratório, livro todo feito a mão, com dez iluminuras, editado por Júlio Pacello.

Como apontou o crítico de arte Mário Pedrosa (1900 - 1981), Djanira era uma artista que não improvisava, não se deixava arrebatar, e, embora seus trabalhos possuíssem uma aparência ingênua e instintiva, seus trabalhos eram consequência de cuidadosa elaboração para chegar à solução final.

Após sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 31 de maio de 1979 aos 64 anos, suas obras figuraram nas mostras importantes do país.

Não poderia deixar de transcrever aqui a palavra do crítico de arte Jayme Maurício (Correio da manhã em 9 de maio de 1967) acerca do talento dessa artista:
Grande e magnífica Djanira, pintora da alma pura que transforma banalidades em grandes emoções, e de um nada exterior cria uma imensa riqueza interior, pintora de anjos e santos, de negros e brancos, de plantas e cafezais sem fim, das ruas da velha parati e da paisagem carioca, dama ilustre desse Brasil subdesenvolvido, capaz, entretanto de uma Djanira.
 Clique nas fotos para ver maior
 
Os Orixás - Palácio do Planalto
Mercado de Peixe - 1957 / Acervo Itaú SP
Casa de Farinha - 1963

Fazenda de chá no Itacolomi - 1958 / Museu Arte Moderna RJ
Oficina de Trabalho - 1962
Djanira

   Figuras com Galo - Acervo Itaú SP                                   O Violoncelista - 1944