8.9.07

PINTURA RUPESTRE / PARTE I


Nos Montes Akakus / Líbia

O homem começou a desenhar e pintar ainda nas cavernas da Pré-História, assim que se desprendeu da animalidade. A Pré-História divide-se em duas grandes idades: a Idade da Pedra Lascada e a Idade da Pedra Polida (Paleolítica e Neolítica). Essas idades são calculadas em dezenas de milhares de anos. Não se sabe o certo, tudo nos primeiros caminhos acaba se evaporando em conjunturas e suposições.


A Idade da Pedra Lascada ainda divide-se em dois períodos: o Paleolítico Inferior e Superior, ambos muito distanciados. Uns 50 mil anos da 'era histórica' é que se encontram os mais numerosos vestígios de manifestações artísticas nas paredes das cavernas - de Altamira, Lascaux Castilho - onde serviam de habitação, refugio ou santuário do homem. São denominadas 'pinturas rupestres', serviam para a comunicação.

As primeiras pinturas quase sempre representavam animais comestíveis, eram pintados por nômades caçadores e pescadores. Usavam substâncias minerais, gorduras animais ou vegetais e aplicavam com as mãos, arremedos de pincéis ou soprados por meio de canudos.

Era uma pintura figurativa e realista: diz-se figurativo do pintor que representa as imagens visuais do mundo exterior, as formas e as cores como se mostram ao olhar.

A primeira mudança de estilo na pintura ocorreu ainda na Pré-História – foi a passagem do figurativismo realista da pedra lascada para o geometrismo abstratizante da pedra polida.


Não padece hoje dúvida que os desenhos e pinturas do homem da pedra lascada no interior das cavernas não nasciam de puros e desinteressados prazeres estéticos do gosto ornamental das cores e das formas ou para simples alegria dos olhos. O homem paleolítico não praticava a arte pela arte, elas tinham uma finalidade utilitária, porque possuíam caráter mágico.


Desconhecendo religião, o homem da pedra lascada vivia dominado pela crença nos poderes mágicos. Desenhando um bisão ou rena e acreditava que teria poder sobre eles.


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Caçadores


Lascaux






Rupestre






Fontes: 
História da Arte / Kenia Pozenato e M.Gauer - Mercado Aberto 2ªed.
História da Arte Duílio Battistoni F - Papirus editora 17ª ed.
Carlos Cavalcanti - Como entender a pintura moderna / Civilização Brasileira







7.9.07

MANABU MABE




Manabu Mabe / década de 40

 - Tais Luso de Carvalho

As grandes cidades do mundo conhecem os trabalhos de Manabu Mabe. Mabe, o artista brasileiro que expõe em sua obra, a pintura do Ocidente habilmente unida ao traço oriental. Reveladoras de um imenso talento suas telas constituíram motivo de comentário nos centros culturais da América e Europa. 


Manabu Mabe nasceu em 14 de setembro de 1924, na localidade de Takara, na cidade de Shiranui, Japão onde permaneceu até os 10 anos quando sua família veio para o Brasil. Na cidade de Lins, São Paulo, Manabu trabalhava com o pai na lavoura e, nas horas de folga obtinha as primeiras noções de arte com um pintor amigo. Em casa aprendia a escrita japonesa, participando de um ambiente acentuadamente oriental.  


Após a morte de seu pai Manabu foi para a capital onde iniciou a pintura de gravatas, atividade modesta que ja prenunciava, porém, sua inclinação artística. No decorrer desta fase difícil, evoluiu o poder criativo do principiante, que antevia a possibilidade de dar vida a um amplo mundo pictórico. Aos 28 anos conseguiu realizar este sonho, expondo no Salão Nacional de Belas-Artes. 


O ano de 1959 trouxe-lhe a consagração definitiva como pintor, principalmente através da Galeria Barcinsky, no Rio de janeiro e da obtenção dos prêmios na V Bienal de São Paulo e na 1ª dos jovens em Paris. Nesse ano, naturalizou-se brasileiro. E daí em diante muitos prêmios vieram. 


O figurativismo na obra de Manabu representou apenas uma fase inicial. Um exemplo dessa época é a obra Toilette. Mais tarde sua pintura transformou-se completamente; em 1957 volta-se para o abstracionismo – estilo que adotou definitivamente. 


Manabu foi um dos precursores da arte abstrata no Brasil. Reconhecido e aplaudido no país e exterior, deixou uma vasta obra composta de abstratos, desenhos, figurações, geométricos, natureza-morta e paisagens. 


Participou durante anos da FIAC (Feira Internacional de Arte Contemporânea) em Paris e da ARCO na Espanha. Em 1959 recebeu o Prêmio Leiner na exposição das Folhas em que participaram artistas de todo o país; e em 18 de Setembro, o prêmio de "Melhor Pintor Nacional" na V Bienal de São Paulo.

Em 22 de setembro de 1997 falece em São Paulo.


   
Grito   
Geométrico
 Paisagem 1949  /   clique foto

INSTITUTO MANABU MABE
A arte representa o espírito humano e o artista permanece em sua obra, vivendo através dos tempos. Salvaguardar e transmitir a herança patrimonial é dar significado ao que se entende como Nação.
O Instituto Manabu Mabe, entidade sem fins lucrativos fundada em 1997 — representada pela família Mabe — tem por objetivo contribuir para a difusão da arte e da cultura. Sua atuação, de natureza preservacionista, está voltada para pesquisa, catalogação, certificação, avaliação, autorização do uso de imagens, conservação e restauro das obras do internacionalmente reconhecido artista plástico Manabu Mabe.
Espelhado no exemplo deste sonhador, conhecido como o Samurai da Pintura, o Instituto trabalha com a mesma dedicação e entusiasmo no sentido de preservar a identidade nacional para as futuras gerações e o legado do maior abstracionista que o Brasil conheceu, elevando seu talento ao mais alto grau de expressão estética e intelectual. Manabu Mabe honrou com seu trabalho incansável a pátria que adotou de corpo e alma.


Abstrato
Paisagem de Santa Teresa
Site do artista aqui

14.8.07

JOSÉ OROZCO

 A Epopéia da Civilização Americana  / Dartmouth                                  
 

- Tais Luso 

José Clemente Orozco, pintor mexicano, nasceu em 1833 em Guzmán e faleceu em 1949, cidade do México. Desenhista de arquitetura, litógrafo e pintor estudou na Academia San Carlos. Após a Revolução mexicana iniciada em 1910 – movimento anti-latifundiário e anti-imperialista – Orozco tornou-se caricaturista e ligou-se aos artistas Rivera e Siqueros, formando o trio dos pintores de Vanguarda - social e politicamente engajados. Em seguida compôs cartuns políticos e cenas de bordel, numa veia de sátira social. Datam da mesma época seus famosos desenhos em aquarela, O México em Revolução, que tinha como objetivo provocar no povo analfabeto, profundas reflexões.

Seus grandes murais, de perspectivas dramáticas e trabalhados em tons fortes, retratam o sofrimento do povo indígena do México ao longo da conturbada história do país. Em 1922 deixou as aquarelas para se dedicar aos afrescos. Desiludiu-se com o Socialismo por causa da carnificina causada pela revolução mexicana 1910-1921.

Em 1927 Orozco se mudou para os Estados Unidos onde viveu até 1934. Bem sucedido nessa época recebeu encomendas para criar vários murais, entre eles O Épico da civilização americana 1932 – 1934 e que retrata a história das Américas desde a imigração dos astecas para o México até a sociedade industrializada contemporânea. Os 24 painéis do mural cobrem 297 metros.

De volta ao México produziu suas melhores obras, como um Homem de fogo – 1936-1939, sua indiscutível obra-prima.

A arte de Orozco, ao mesmo tempo realista e monumental, tratada em grandes planos, em cores muito vivas, com luzes dramáticas, parece inspirada, em parte, pela escultura pré-colombiana. Ele era, sobretudo, animado por uma paixão social e política que atingia um lirismo épico impressionante.

La Trinchera
katharsis
O Homem de Fogo
Mural  Palácio de Jalisco
Palácio do Governo