14.6.09

MANTEGNA


O Cristo Morto
- tais luso de carvalho


Andrea Mantegna nasceu muito pobre, numa vila perto de Vicenza, Isola di Carturo, norte da Itália, no ano de 1431.
Aos 17 anos deu uma indicação madura de sua personalidade levando o padrasto aos tribunais forçando-lhe em reconhecer sua independência. Aprendeu a pintura com um artista medíocre, desvinculando-se pouco depois.
Seu estilo sofreu muito pouco no decorrer de mais de 50 anos de atividade artística.

Casou-se com a irmã do grande Giovanni Bellini, e teve, então, as portas abertas no mundo das artes e logo foi convidado a decorar as igrejas, uma delas, a Capela Ovetari, em Pádua, não restando quase nada devido à Segunda Guerra Mundial.

A renovação da arte na Itália setetrional, foi criada por Donatello, Lippi, Andréa Del Castagno e Alberti, mas foi com Mantegna ( Mântua) e Giovanni, Bellini (Veneza), que se solidificou.

Em 1460 foi nomeado pintor da corte do marquês Ludovico Gonzaga, em Mântua, e lá permaneceu o resto da vida. Mantegna retratou a família e a corte dos Gonzaga, representada em várias cenas palacianas, preenchendo as paredes com medalhões e bustos, salientando que a família reinante era digna do império romano. A característica mais notável dos ambientes, é a representação ilusionista, que parece ampliar o espaço. Essa pintura de Mantegna serviu de 'fundação' para muitas pinturas decorativas posteriores.

Cristo in Scurto foi pintado por volta de 1470, quando Mantegna estava envolvido com a perspectiva, mas manteve esta obra em seu atelier com a intenção de mantê-la destinada ao seu próprio sepulcro. Seu desenho se prendia à minúcias e notava-se grande sentimentalismo.

Sua maior característica era a clareza de concepção, cor, iluminação, formas e uma maestria pela perspectiva e pelo 'escorço' - desenho ou pintura que representa objeto de três dimensões em forma reduzida ou encurtada, segundo as regras da perspectiva. A perspectiva ilusionista converteu-se no protótipo do 'tromp l'oeil', usada mais tarde no barroco e no rococó.

Ao ser convidado pelo Papa Inocêncio VIII, para trabalhar em Roma, entra em crise ao perceber que a capital dos Cristãos havia se transformado num centro de luxúria e vulgaridade. Seus trabalhos contam episódios pagãos, deixando transparecer um suposto afastamento da fé que até então seguira.
Deixou uma obra com concepções requintadas e amadurecidas.

Faleceu em 1506.

Retábulo de São Zeno


Câmera degli Sposi / Palácio ducal - afresco

18.5.09

EDVARD MUNCH

 O Grito - 1893,  representa uma figura torturada pelo horror. 
É seguramente a mais conhecida e a mais expressiva.

Munch, pintor norueguês, um dos precursores do expressionismo, nasceu na cidade de Löyten, no ano de 1863. Pintor, água-fortista, litógrafo, xilógrafo foi um dos poucos pintores escandinavos a ter sucesso mundial.

Teve uma infância traumática – o pai era exageradamente devoto, beirando a demência, e a mãe e irmã mais velha morreram de tuberculose, quando ainda pequeno.

Deixava a perspectiva social (fase naturalista, década 1880), para mergulhar numa profunda reflexão sobre a condição e o destino humanos. O resultado foram obras de um expressionismo especial, marcado pela condição de um artista atônito, angustiado, participante do sofrimento e do aviltamento das pessoas.

'Já é tempo de pararmos de pintar cenas de interiores, com pessoas lendo ou mulheres fazendo meias. Devemos criar pessoas vivas que respiram, sentem, sofrem e amam'. Essas palavras expressas em um diário do pintor, dão a medida da forma com que Edvard Munch encarava sua obra. Procurou pintar a vida sem falsos pudores.

Munch aprofundou-se na sordidez, no mundo dos degenerados, dos loucos, da miséria; viveu uma época trágica. Assistiu à ascensão e as primeiras vitórias do nazismo e foi perseguido preso e espancado. Denunciou, em seus quadros, o totalitarismo e a guerra.  Apesar de não podermos classificar a pintura de Edvard Munch num único movimento, ele é geralmente considerado um pioneiro do Expressionismo.

Foi influenciado por Bosch, Bruegel, El Greco, Van Gogh e Goya, tornando-se o gigante desse movimento - Expressionismo - estilo que representa as sensações subjetivas d’alma, as expressões e não expressões, transmitidas à realidade.

Certos temas como a inveja, a doença, o despertar do desejo sexual aparecem em suas pinturas com uma intensidade, muitas vezes, próximas do delírio.

Na década de 1890 trabalhou na série 'Friso da Vida' – um poema de vida, amor e morte, sendo a mais famosa pintura dessa série 'O Grito'.

Sobre sua mais importante obra 'O Grito', diria que é um trabalho de profundo desespero existencial, uma das mais importantes obras do expressionismo.

Em 1892 expôs mais de 50 pinturas na Kunstlerverein – União dos Artistas de Berlim -, causando tanta comoção que a exposição teve de ser suspensa. O conjunto de obras retratava as manifestações da vida humana, com rostos lineares, desesperados. Viveu em Berlim de 1892 a 1908.

'A doença, a loucura e a morte foram os anjos negros que vigiaram sobre meu berço'. Escrevia enquanto suas pinturas mostravam a neurose que o atormentava.  Para ele, a pintura consistia num ato de libertação individual. 

'Eu não me desfaria da minha doença, pois há muita coisa em minha arte que devo a ela.' 

Porém logo em seguida dedicou-se à sua cura abandonando o imaginário familiar. A angústia de sua obra desapareceu dando lugar a uma pintura mais extrovertida, como paisagens, retratos, figuras de trabalhadores na neve. Em suma, uma pintura mais calma, de colorido mais leve e claro.

Suas exposições sempre foram tumultuadas. Assim mesmo influenciou toda uma época, inclusive os brasileiros Oswaldo Goeldi e Lazar Segal. Suas telas, além de trágicas e depressivas, são misteriosas, vê-se isso nas telas ‘Puberdade’ – a dúvida de uma adolescente; 'O Dia Seguinte', onde mostra uma prostituta esmagada pela sociedade vendendo seu corpo desengonçado, entre tantas outras.

Entre tantas telas de igual importância cito: A menina doente, Amor e dor, Cinzas, Entre o relógio e a cama, O tronco amarelo, Madonna, Ansiedade, Morte na enfermaria, Vermelho e branco, Auto-retrato com garrafa de Vinho...

Em 1916 passou a levar uma vida solitária, mas criando vários auto-retratos. Veio a falecer em sua propriedade de Sköyen / 1944, aos 81 anos. Legou todas as obras, que ainda possuía à cidade de Oslo, hoje no Museu Munch.

Destacou-se como um dos mais importantes artistas europeus, Munch só obteve reconhecimento ao fim de sua vida e depois de sua morte. O expressionismo moderno desenvolveu-se, como escola definida, a partir dele e de Van Gogh.

Em 1908 sofreu um colapso mental, ocasionado pelo álcool, pelo excesso de trabalho e por um frustrado caso amoroso com uma mulher casada. Foi internado numa clínica de Copenhague. Saiu meses depois e voltou para Noruega onde morou até falecer.

Como Leonardo da Vinci estudou a anatomia humana e dissecou cadáveres, Munch procurou dissecar as almas. Em 23 de Janeiro de 1944 morreu tranquilamente em Ekely. Deixou  sua propriedade à cidade de Oslo, a qual abriu o Munch-Museum em 1963 para celebrar o centenário de seu nascimento.



Separação / 1896


Ansiedade / 1894
'Na verdade, a minha arte é uma confissão feita da minha própria e livre vontade, uma tentativa de tornar clara a minha própria noção de Vida…no fundo é uma espécie de egoísmo, mas não desistirei de ter esperança de que, com a sua intervenção, eu possa ser capaz de ajudar os outros a atingir a sua própria clareza.'

Auto-retrato / 1895




6.5.09

MARÍLIA CHARTUNE

Colheita de Flores / Marília Chartune

Após conversar com Marília, resolvi apresentá-la aqui, juntamente com parte de seu currículo e algumas de suas obras para que os amigos do ‘Das Artes’ conheçam mais desta artista. Sua pintura é leve, delicada, alegre e de apurada técnica, retratando momentos da vida cotidiana.


Marília Chartune nasceu em Tocantins, Minas Gerais. De uma habilidade nata, com os lápis tintas e pincéis, aos 12 anos já recebia encomendas de retratos em grafite, copiando de fotos 3x4.


Cursou o primeiro ano de Engenharia Civil, mas como toda artista que se preze, desistiu para cursar pintura no Rio de Janeiro, participando, paralelamente, de mostras coletivas e oficinas de arte. Conviveu com muitos impressionistas, no Rio de Janeiro, que acrescentaram à Marília o gosto e a busca por um colorido luminoso e as sombras igualmente coloridas das paisagens cariocas.


Transferiu-se para o Rio de Janeiro onde estudou e se formou em Pintura e Restauração na Escola Nacional de Belas Artes da UFRJ por cinco anos, e trabalhando, também, com Aquarela, Mosaico e Vitral na EBA. Participou de Cursos na UERJ sobre Educação Através da Arte com Décio Pignatari, Henfil, Ziraldo, Maurício de Souza e Fayga Ostrower, entre outros.


Participou em diversos Salões de Arte da Sociedade Brasileira de Belas Artes, ABD-ABI, Salões Nacionais, com premiações em todos, com Menções Honrosas, Medalhas de Bronze e Ouro no Salão Nacional. Participou, também, em duas Bienais Latino-Americanas em São Paulo com Prêmio Destaque de Seleção.


Em Copacabana, onde vivia, conseguiu produzir três mil quadros, entre eles as quinhentas aquarelas que foram distribuídas em um congresso da Revista Bolsa - da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.


Fez curso de extensão e especialização em História da Arte na Escola de Turismo de Baleares, Palma de Mallorca – Espanha, Processo Criativo com Charles Watson na UFSM.


Suas obras encontram-se em acervos oficiais e particulares em países como EUA, França, Japão, Canadá, Espanha, entre outros.


Mora há 21 na cidade de Santa Maria / RS , onde se casou e permanece até hoje produzindo obras de maior porte e orientando outros artistas em seu atelier. Marília participa intensamente da vida cultural de Santa Maria, sendo, também uma agente cultural em Associações e Conselhos de Cultura desde 1994. É Presidente da AAPSM em duas gestões passando a atuar em todas as diretorias desde 1992.

Cena de Bar

Vento Norte
Justiça
Mais obras da artista: aqui.

28.4.09

GIORGIO DE CHIRICO - Pintura Metafísica





   Giorgio De Chirico (1888 -1978). Nasceu em Vólos, Grécia e faleceu em Roma, Itália. Criador da pintura metafísica, estudou em Munique onde sofreu influência de Böcklin e Kliger. Esta pintura caracteriza-se por imagens misteriosas, ilógicas e sugestões de alucinações, conseguidas com efeitos de um uso típico da luz e da perspectiva. É a negação do real. As figuras são solitárias, misteriosas num ambiente sempre melancólico.
   A figura humana é meio homem, meio estátua. Colunas, torres, praças, monumentos neoclássicos, chaminés de fábricas são obras que aparecem lá por 1909-1910, na Itália, criando inquietude e mostrando espaços vazios e sombras ilógicas.
     No ano de 1915, De Chirico foi convocado para as Forças Armadas e mandado à Ferrara, sofrendo um esgotamento nervoso. Em 1917 conheceu Carrá no hospital de campanha e fundaram, juntos, um movimento, o da pintura metafísica.
    Opondo-se a algumas tendências de vanguarda do século XX, De Chirico sofreu influência da arte do passado, principalmente o período do Renascimento Italiano. De Chirico passou sua juventude na Grécia e Itália. E, foi em Florença que foi influenciado pelas obras de Giotto (1267-1337) e pela pintura toscana clássica, criando perspectivas e arcos.
   O movimento não durou muito, embora De Chirico tenha sido aclamado como precursor pelos surrealistas. Não levou muito tempo para negar toda sua obra anterior e tomar posição contra a arte moderna.
    Na década de 20 pintou suas obras mais significativas, uma série de figuras de cavalos em praias irreais, porém tornou-se repetitivo e obcecado pelo refinamento da técnica.
    No Brasil, podemos notar influência De Chirico nas obras de Hugo Adami (1899-1999), Tarsila do Amaral (1886-1973), Di Cavalcanti (1897-1976), Candido Portinari (1903-1962) e Milton Dacosta (1915-1988). Ainda, na fase metafísica, Iberê Camargo (1914-1994), estuda com De Chirico.
    O quadro ‘O Enigma de um Dia’ – 1914 -, foi um referencial do surrealismo nos anos de 1924 a 1935. Este quadro esteve, durante esse período no apartamento de André Breton, o pai do movimento surrealista.


Hector and Andromache - 1917



Piazza d'Italia


Édipo e la Sfinge / 1968


Mais de Chirico, neste blog: aqui.






25.4.09

PINTANDO...

O que ele está pintando? Aumente seu som...

20.3.09

TAMARA DE LEMPICKA


auto-retrato no Bugatti verde

Tamara nasceu em Varsóvia, em 1898 com o nome de Maria Górska. Passou a chamar-se Tamara de Lempinka ao chegar em Paris após a Revolução Russa, em 1917. Nascida em uma família rica – filha de pai advogado e mãe socialite, Tamara pode freqüentar a noite parisiense nos anos 1920 tornando-se amiga de Picasso, D'Annunzio, Greta Garbo, André Gide e Jean Cocteau.

Em 1916 casou-se com o advogado Tadeusz Lempicka, em São Petersburgo, Rússia. Durante a Revolução Russa - 1917 -, seu marido foi preso pelos bolcheviques, porém com a intervenção de Tamara foi liberado.

Seu auto-retrato em um Bugatti verde, com luvas e capacete tornou-se uma de suas obras mais conhecidas; uma das maiores expoentes da art déco.

Tamara estudou sob a tutoria de Maurice Denis e André Lhote onde rapidamente desenvolveu um estilo único, conhecido como de vanguarda da art déco, definido por alguns como um leve cubismo.

Em 1918, estudou pintura na Académie de la Grand Chaumière, tornando-se discípula do pós-impressionista Maurice Denis e do neocubista André Lhote.

Tamara era bela, emancipada, moderna e escandalosa. Seus casos - era bissexual -, causavam escândalo, pois não fazia questão de esconder seu envolvimento com mulheres em círculos de artistas e escritores, como Violet Trefusis, Vita Sackville-West e Colette.

Tadeusz e Tamara separaram-se em 1927 e divorciaram-se no ano seguinte.

Sua vida inclinada aos amigos, amantes, a uma certa devassidão e também a sua filha Kizette - com quem nunca teve um bom relacionamento - fazem parte de suas telas.
Seu estúdio era em sua casa, decorado finamente por sua irmã arquiteta, e onde retratava pessoas importantes da época.

No ano de 1933, Tamara casou-se com o Barão Raoul Kuffner e, em 1939 mudaram-se para Beverly Hills, na California.

Em 1941, após conseguir retirar a filha da Paris ocupada pelos nazistas, expõe suas obras em exposição organizada em Nova Iorque; obras que abordavam temas religiosos e com gente comum. Não foi aceito nem pelo público, nem pela crítica, foi um fracasso; não era o estilo de Tamara. Em 1943, se muda para a Big Apple.

Tentou, também, o abstracionismo e a pintura espatulada por volta de 1960, sem muito sucesso.

Com a morte do marido, em 1962, parou de pintar e se muda, primeiro para Houston, no Texas, e em 1978 para Cuernavaca, no México, aonde vem a falecer, em 1980.

Em seu testamento deixou sua vontade para que suas cinzas fossem lançadas pela filha Kizette sobre o vulcão Popocatepetl. Até nisso foi excêntrica.

 



11.3.09

RENÉ MAGRITTE

O filho do homem 1964 / Magritte


 - Tais Luso de Carvalho

René François Ghislain Magritte nasceu em 21 de novembro de 1898, Bélgica. Trabalhou inicialmente como projetista de papeis de parede e anúncios de moda. Sempre permaneceu fiel ao surrealismo - influenciado por De Chirico em 1925. A exceção foi por pouco tempo quando trabalhou, inicialmente com o estilo cubista-futurista.

Estudou entre 1916 e 1918 na Académie Royale des Beaux-Artes em Bruxelas onde desenvolveu-se a maior parte de sua vida, apenas nos anos 1927/1930 viveu em Paris. Um dos grandes artistas do movimento surrealista, e o principal deles na Bélgica.

Freqüentou o Círculo Surrealista, que incluiu Jean Arp, André Bretão, Salvador Dalí, Paul Eluard, e Joan Miró. Em 1928 Magritte tomou parte na exposição surrealista no Galerie Goemans em Paris.

Magritte diferenciou-se dos demais pois quebrara a exploração da arte pelo inconsciente, e optou pela distorção da realidade. Mudava a ordem dos objetos, criava novas figuras. Dizia que o mistério de suas obras estaria exatamente na ausência de sentido.

Por sua enorme imaginação, a clareza de seus efeitos, seu dom humorístico, Magritte foi um dos poucos pintores surrealistas de inspiração natural. Como tantos outros  surrealistas, Magritte dizia que não se devia buscar nenhuma  significação metafórica em suas obras, que o mistério estaria exatamente na ausência de sentido:

'Minhas pinturas são imagens visíveis que não dissimulam nada: elas evocam mistério, e, de fato, quando alguém vê algum de meus quadros, pode fazer esta simples pergunta: O que isso quer significar?'

Por ocasião de sua exposição no Museu de Arte Moderno em Nova Iorque em 1965, viajou para o Estados Unidos pela primeira vez, e no ano seguinte visitou Israel.
Veio a falecer em 15 de agosto de 1967, em Bruxelas, logo depois de sua exposição no Museu Boymans.


La thérapeute - 1941
 The Human Condition - 1935

Gonconda / 1953

Madame Recamier - 1951

18.2.09

FERNANDO BOTERO

Fernando Botero

- Tais Luso de Carvalho


Fernando Botero nasceu em Medellín, na Colômbia, no ano de 1932. Pintor, desenhista e escultor de grande originalidade. Conhecido pelas suas figuras obesas (sua marca) onde pode retratar, através delas, a família, o cotidiano, a vida burguesa, a cultura popular colombiana, animais, flores e personagens históricos. Seu estilo é inconfundível, único.

Especialista, também, em paródias dos grandes mestres da pintura, como Dürer, Bonnard, Velázquez e David. Suas obras são bem humoradas, transmitindo leveza e suavidade.
Em para Madrid, em 1952, estudou na Academia de San Fernando. De 1953 a 1955 dedicou-se aos afrescos e história da arte em Florença, o que veio a influenciá-lo.

Sua primeira exposição individual foi em Bogotá. Em 1952 foi para Espanha e após permaneceu dois anos na Itália. Aos 26 anos já era professor na Universidade Nacional de Bogotá. Em 1973 instalou-se em Paris. Atualmente mora em Mônaco e trabalha há 30 anos na cidade toscana de Pietra.

Para dar forma às suas esculturas obesas, Botero escolheu as fundições de Pietrasanta em 1980, cidade de 25 mil habitantes que atrai muitos artistas por ser um centro internacional de trabalho em mármore e bronze.

Em suas obras, as mais recentes, o artista retrata a violência e a tortura dos soldados americanos com os iraquianos. Vê-se em toda sua obra que Botero revela situações dramáticas, mas que prima por manter um grande interesse na estética.

Com várias exposições na Europa e nas Américas do Norte e do Sul, Fernando Botero foi premiado com o Primeiro Intercol, em Bogotá. Seus trabalhos estão presentes nos principais museus do mundo.

A época mais difícil de sua vida, a partir de 1960, foi exatamente onde produziu trabalhos magníficos. Nesse período morou em Nova Iorque, para dar prosseguimento à sua carreira. As críticas foram arrasadoras, porém, nesse ponto foi onde encontrou seu estilo inconfundível, com suas esculturas volumosas. Suas criaturas e objetos eram, desde a época, arredondados e sempre gorduchos. Sua marca.

Para Botero o mais importante não era a pintura, mas o estilo. Acerca de suas figuras gordas, perguntaram ao artista se elas tinham almas leves... ao que respondeu: 'Elas nunca quiseram ter almas'.

'A deformação sem um adjetivo superior seria uma caricatura, ou mesmo uma monstruosidade, afirma Botero. Não pinta pessoas gordas, as pessoas gordas refletem apenas uma preocupação estética e possui uma função estilística, finaliza'.

Exposição clique aqui: As Dores da Colômbia












           As Dores da Colômbia (clique)




14.2.09

MICHELANGELO

Pietá


Michelangelo (Michel Ângelo) di Lodovico Buonarroti, nasceu em Caprese – Florentina /Itália em 1475. Descendia de uma família tradicional de Florença: os Buonarroti. Contra a vontade do pai entrou para o ateliê de Domenico Ghirlandaio e tornou-se discípulo do escultor Bertoldo di Diovani, na academia que funcionava nos jardins do Príncipe Lourenço de Médice.

Como escultor Michelangelo sempre recorreu a duas fontes: Donatello e a Antiguidade. Mas foi um curso de dissecação de cadáveres que desenvolveu nele o profundo conhecimento de anatomia humana, que transportaria tanto para o mármore quanto para as telas.

Mesmo como pintor interessou-se apenas pelas formas do corpo, criando imagens com relevo muito acentuado, como se fossem esculturas. As qualidades de suas telas são a razão, a simetria, a proporção, a solidez, a energia e o movimento. Um exemplo famoso é a Sagrada Família – 1503.

Michelangelo foi pintor, poeta, arquiteto e sobretudo escultor. Seu prestígio permitiu-lhe renunciar honrarias e títulos. Desprezou a amizade de príncipes e papas – mesmo assim todos o chamavam de ‘divino’. Nunca se contentou em conceber uma idéia e deixar para outros a execução.

Dedicou todo seu tempo à arte, com fúria e sempre angustiado e solitário. Não admitia ser interrogado e respondia sempre com sarcasmo e arrogância, consciente do próprio talento.

A Capela Sistina


Embora já tivesse concluído Cupido Adormecido, Adonis agonizante e Piedade, sua primeira grande escultura foi David, realizada em Florença, na primavera de 1501. Pouco depois Michelangelo decorava a Sala do Conselho de Florença, quando o papa Júlio II o chamou a Roma para fazer seu túmulo. Imediatamente o artista partiu para Carrara a fim de selecionar os tipos de mármore para o monumento. Mas devido a desentendimentos com o papa o início foi adiado para 1506 e interrompido, novamente, dois anos depois.

Em 1508, a pedido de Júlio II recebeu uma incumbência mais importante: a decoração da Capela Sistina. Esse trabalho foi causa de brigas diárias entre o artista e o papa, tudo por falta de pagamento, reclamado por Michelangelo que por várias vezes ameaçou abandonar o trabalho. Somente em 1512 a obra ficaria pronta.

A rica decoração das partes superiores das paredes superiores, com relevo e profundidade, terminava com doze figuras de proporções colossais.

Em Florença trabalhou na Biblioteca Laurenciana, na restauração do Capitólio, realizou projetos para a Basílica de São Pedro cujos trabalhos dirigiu até sua morte.

Projetou, também, a Igreja de São João dos Florentinos, a Capela Sforza enquanto trabalhava na última Piedade. Crucificação, Baco, Davi, afresco da Batalha de Cascina, Moisés, Juízo Final, Mausoléu dos Médice – com as esculturas funerárias Aurora, Dia, Crepúsculo e Noite, e tantas outras obras. E, além de suas obras e esculturas, produziu mais de 300 sonetos.

Em 1535 o papa Paulo III o nomeou pintor, escultor e arquiteto do Vaticano e encomendou-lhe o Juízo Final para a Capela Sistina. Fixou-se, então, definitivamente em Roma.
Consegui terminar, ele mesmo, o Mausoléu de Júlio II, em 1545.

No século do triunfo do formalismo, cultivou a individualidade e a emancipação do artista.
Emociona-me toda sua obra. Morreu em 1564, em Roma, deixando uma imensa obra, mas pedindo para ser enterrado em Florença.



UM POEMA
- Michelangelo

Vivo al peccato, a me morendo vivo;
vita già mia non son, ma del peccato:
mie ben dal ciel, mie mal da me m’è dato,
dal mie sciolto voler, di ch’io son privo.
Serva mie libertà mortal mie divo
a me s’ è fatto. O infelice stato!
A che miséria, a che viver son nato!


Capela Sistina

Moisés




4.2.09

IMAN MALEKI: FANTÁSTICO!



Estou postando um artista da maior relevância: Iman Maleki. Sua pátria é muito antiga, era a Pérsia que, oficialmente passou a chamar-se, em 1935, de Irã.

Maleki nasceu em Teerã, em 1976, porém foi aos 15 anos que aprendeu algumas técnicas com Morteza Katouzian, considerado o maior pintor realista do Irã. Em 1999, Maleki graduou-se em Desenho Gráfico pela Universidade de Artes de Teerã, porém já vinha participando em exposições desde 1998.

Participou do II Concurso Internacional de Arte ganhando o prêmio William Bourguereau e o Chairman’s Choise. Muitos o consideram o melhor pintor realista do mundo.

Seu ateliê, Academia de Arte Realista (ARA), prima pelos valores clássicos: domínio do traço, do espaço, na cor e da sombra. Suas telas lembram as obras do francês William Bourguereau - 1825/1905, representante do idealismo entre os pintores da época.

Impressionei-me com seus trabalhos pelo realismo, serenidade e perfeição que me foram transmitidos. Parecem fotografias, mas são pinturas!



Mais obras de Iman Maleki clique aqui, no seu site pessoal.