Murillo / Bodas em Caná -1672
- Tais Luso
Bartolomé
Esteban Murillo nasceu em Sevilha, no dia 1º de janeiro de 1618 e
morreu aos 64 anos, em 1682. Seu
pai chamava-se Gaspar Esteban, era barbeiro. A sua mãe chamava-se
Maria Pérez Murillo. Murillo era
o
filho número catorze.
No
início Murillo foi influenciado pelo seu mestre, suposto tio, Del
Castillo.
Murillo talvez seja o pintor
que melhor define o barroco espanhol. Após conquistar reputação
com uma série de 11 pinturas sobre a vida dos santos franciscanos,
feitas para o mosteiro franciscano de Sevilha, suas pinturas estão
dispersas pela Espanha e outros países. Em muitos museus, também.
A maior parte de suas pinturas
são cenas religiosas que apelam fortemente à piedade popular e
ilustram as doutrinas da Contra-Reforma Católica, especialmente o
dogma da Imaculada Conceição, seu tema favorito. Seu estilo maduro
distingue-se claramente de suas primeiras obras, caracterizando-se
por figuras idealizadas, formas suaves, colorido delicado e doçura
de ânimo e expressão.
Ao contrário da pintura
grandiloquente, rica, opulenta de Goya ou Velazquez, ele criou uma
obra de cenas contidas, domésticas, pobres, infantis. Talvez por ter
vivido a decadência do outrora rico Império Espanhol, que
mergulhava no obscurantismo religioso.
Foi nos conventos que adquiriu
um estilo caseiro, intimista, plácido, onde os eventos clássicos
são situações contidas, e os Santos como quaisquer pessoas. De
certa forma, democratizando a arte sacra até então conhecida.
Acabando com as cenas
lancinantes de martírios, de lágrimas de granizo, de arrebatamentos
místicos, de langores religiosos. Os quadros de Murillo são
humanos, mas de uma luminosidade moderna. Foi arrasado pela crítica
por ter embelezado a pobreza de seus modelos.
Em 1660 fundou uma Academia em
Sevilha com ajuda de Valdés leal e Francisco Herrera.
Na
época era o único pintor espanhol conhecido fora do país. Teve
muitos assistentes e seguidores e continuou influenciando pintores
até o século XIX, o qual muitos críticos o incluíram entre os
maiores de todos os tempos.
Murillo
casou-se
em 1645
com uma jovem de
Sevilha,
de 22 anos, Beatriz Cabrera y Villalobos, na famosa Igreja da
Madalena. Durante os dezoito anos de matrimônio tiveram nove filhos,
porém
morrendo quatro, da peste que assolou
Sevilha
em 1649.
Morreu simplesmente, fazendo
uma ligação indissolúvel entre a grande arte e o mundo real dos
homens. Sua morte foi devido a uma queda enquanto pintava sobre os
andaimes, O Casamento de Santa Catarina, para
os capuchinhos de Cádiz.
Hoje
é admirado pelo realismo temático, pela leveza e fluidez das cores,
sem pretensões. Suas obras estão no Museu do Prado/Madri, Museu de
Belas Artes/Sevilha, Hermitage,
Nacional
Gallery/Londres, Museu
de Ohio, Museu Nacional
de Arte antiga/Lisboa, Museu
do Louvre,
entre outros, e
muitas galerias dos
Estados Unidos e da
Europa. Ainda hoje, Murillo
encontra-se como um dos artistas mais reconhecidos.
Murillo / Retorno do Filho Pródigo - 1667 (por volta)
Murillo / Juniper e o Mendigo - 1645 (por volta)
Meninos, melão e uvas - 1645 Toilette
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Referências:
Grandes
Pintores/P.R.Derengoski
Dicionário
Oxford de Artes/ Martins
Fontes São Paulo 2007