Abandono - 1930 (Goeldi)
Oswaldo
Goeldi nasceu no Rio de Janeiro em
1895.
Com apenas 1 ano de idade mudou-se com a família
para Belém / Pará, onde viveu até 1905, quando sua família se
transferiu para Berna / Suíça. Seu pai era um cientista suíço -
Emília Augusto Goeldi.
Em
1917, matricula-se na Ecole des Arts et Métiers - Escola de Artes e
Ofícios - em Genebra, mas não a
concluiu por julgá-la
muito acadêmica.
Oswaldo
Goeldi integra, junto com Lívio Abramo e Carlos Oswald o trio de
mestres e pioneiros da gravura brasileira. Sua obra tem o clima
expressionista das grandes áreas em preto e linhas decisivas, que
definem o desenho que emerge da escuridão. Toda a sua obra é muito
coerente com os assuntos humanísticos, registrando pequenos fatos da
vida social. Foi consciente em transmitir as técnicas da gravura
para as gerações seguintes.
Em
poucos traços aparecem sulcos feitos na madeira, com uma goiva em
forma de V, criando perspectivas com as casas, postes, muros e ruas.
A
figura humana emerge de raras linhas positivas. As cores são
mínimas. O vermelho para o sol e os reflexos na roupa do homem; os
marrons de dentro de casa e da rua são quase imperceptíveis, mas
servem para conceituar a tarde – a meia tonalidade das sombras que
contrasta com a vibração do disco de luz.
Oswaldo
Goeldi estudou na Suíça, mas a partir de 1920 passou a viver,
trabalhar e produzir no Brasil.
Além
de gravador, entre 1895 e 1961 colaborou como ilustrador de jornais e
revistas e ilustrou várias obras literárias, como Cobra Novato,
de Raul Bopp, entre outras e, em 1941 trabalhou
na ilustração das Obras
Completas de Dostoievski,
publicadas pela Editora José Olympio.
Em
1930, lançou
o álbum 10
Gravuras em Madeira de Oswaldo Goeldi,
com introdução de Manuel Bandeira. Em 1952, iniciou
sua
carreira de professor, na Escolinha de Arte do Brasil, e, em 1955,
tornou-se
professor da Escola Nacional de Belas Artes.
Participou
da 1ª
Bienal
de São Paulo – 1º
lugar em gravura; participou
da
25ª
Bienal
de Veneza
e de várias exposições nacionais e internacionais.
Em
suas gravuras sempre predominou, inicialmente a cor escura, com
poucos traços claros e quase uma fusão entre personagens de uma
cena e o ambiente em que estão, como em Pescadores.
Com
o tempo essa característica vai sendo superada, os personagens
ganham mais destaque e o artista passa a empregar cores em algumas
áreas de suas gravuras, como em O Ladrão.
Morreu
no Rio de Janeiro em 1961.