- Tais Luso
de Carvalho
James
Ensor, pintor e gravador belga nasceu em Ostende / Bélgica - em 1860. Foi um dos
artistas mais originais de sua época e uma das influências
formativas do Expressionismo – movimento que implica a
transformação ou distorção artística da aparência das coisas, a
fim de explorá-las como veículo para um conteúdo emotivo.
Seus
quadros bizarros, povoados de pessoas mascaradas e coloridos,
retratavam um mundo burlesco
e alienado. As máscaras e os personagens fundem-se numa dúvida:
eram as máscaras que se transformavam em rostos ou os rostos humanos
que se transformavam em máscaras? E
com isso, repetia o mesmo tema: da existência humana, da morte, e
de temas religiosos. Mostrava um certo
desassossego, um desespero. Sua pintura, que
retratava um mundo com muito humor e ironia aproximava-se de Bosch e
Bruegel.
Entre
1873
-
75,
Ensor frequentou
o
liceu
Notre Dame de Ostende. Teve
aulas de desenho com dois artistas: Edouard Dubar
e
Michel Van
Cuyck.
Com suas
obras fantásticas e também macabras exerceu uma influência
considerável sobre a futura arte expressionista e surrealista. Mas
sua obra, no entanto, desafia qualquer classificação.
O mundo das
máscaras originou-se da loja de seus pais, sendo um dos primeiros
artistas a apreciar as máscaras africanas. Utilizava cores ardentes
para representar cortejos fantasmagóricos, multidões sem
características individuais, percorrendo paisagens indefinidas como
se fossem sonâmbulos.
Suas obras
foram rejeitadas pelo Salão de Bruxelas de 1883. Com isso, Ensor
juntou-se ao grupo progressista Les Vingt – um grupo de
vinte pintores e escultores que expuseram juntos de 1884 a 1893.
Entraram obras não só dos pintores belgas como Ensor, Jan Toorop, Henry van de Velde, mas também de Cezanne,
Van Gogh e Seurat. Esse grupo teve papel importante, na Bélgica, nos
movimentos Simbolista e na Art Noveau.
A obra mais
expressiva de Ensor talvez tenha sido Entrada
de Cristo em Bruxelas-1888. Provocou
tantas críticas entre seus companheiros do grupo que não
havia mais condições de permanecer entre
eles.
Após esse episódio, o
pintor tornou-se
recluso, e passou a ter aversão à convivência com as pessoas.
Em
1893, Ensor fez
sua última exposição com
o grupo, mas sentindo-se cada vez mais isolado,
põe o seu estúdio á venda
por
8500 francos
– mas
nenhum comprador se mostrou interessado.
Em
1900, voltou a repetir seus temas favoritos. Em 1929 foi condecorado
pelo
rei Alberto I, o título de barão,
e
sua obra polêmica A
Entrada de Cristo em Bruxelas,
foi exposta pela primeira vez ao público.
Faleceu em 1949.
The bourgeois solon - 1881 The Oyster eater - 1882
Cozinheiros Perigosos
Livro:
de Ulrike Becks-Malorny