por Tais Luso de Carvalho
Édouard
Manet, pintor e artista gráfico, nasceu em Paris, em 1832, no seio
de uma família abastada. Seu pai era um alto funcionário do
Ministério da Justiça e não aprovava, no início, a escolha do filho.
A
formação burguesa moldou-lhe a personalidade, pois mesmo
estigmatizado pelo meio, como um rebelde, sempre buscou o êxito, as homenagens tradicionais e comportava-se como homem de alta
sociedade.
Quando completou 18 anos entrou no atelier de Thomas Couture onde permaneceu por 6 anos. Após, saiu e fez sua escolha pessoal, estudando a fundo as obras de artistas italianos e espanhóis pertencentes à coleção do Louvre.
Quando completou 18 anos entrou no atelier de Thomas Couture onde permaneceu por 6 anos. Após, saiu e fez sua escolha pessoal, estudando a fundo as obras de artistas italianos e espanhóis pertencentes à coleção do Louvre.
Sua
obra, O Bebedor de Absinto / 1859, o qual retratou um alcoólico, foi rejeitada pelo juri do Salon.
Outra obra,
Le Déjeuner sur
l'herbe,
pintado em 1863 foi a primeira das suas obras escandalosas. Em seguida, com Olympia - 1865, causou maior comoção.
A hostilidade com que foi
recebida baseou-se-se não só em critérios estéticos, mas também em critérios morais.
A
nudez só era considerada aceitável quando representada num
contexto suficientemente remoto no tempo ou na mitologia, mas em Le Déjeuner sur l'herbe mostrava uma mulher nua, fazendo piquenique com dois homens trajando
vestes contemporâneas.
Em
Olympia, a figura nua
reclinada, foi baseada na Vênus de Urbino, de Ticiano (a qual Manet copiara em Florença
dez anos antes). Sua sexualidade, nada discreta, foi considerada
ofensiva aos padrões aceitos na época.
De um
crítico da exposição: a arte que desce a um nível tão baixo não
merece, sequer, reprimenda. Manet foi atacado, também, por sua
técnica arrojada nas quais as finas gradações tonais da arte
acadêmica foram eliminadas em favor de contrastes vivos de luz e
sombra.
O
quadro Le Déjeuner sur l'herbe permite entender a posição de Manet face aos artistas acadêmicos – que o detestavam; mas,
os pintores impressionistas o consideravam um mestre - apesar de
nunca ter participado ativamente na vida do grupo.
'Os
insultos chovem sobre mim como granizo', escreveu Manet ao seu amigo
Baudelaire que, ao lado de Émile Zola foi um de seus maiores
defensores. E foi nessa época que Manet percebeu que passava a
desempenhar um papel de líder da vanguarda pelo grupo de jovens
impressionistas, como também Monet, Renoir, Bazille, Sisley e
Cezanne.
Mas, apesar
de tudo, nos seus últimos anos Manet aproximou-se das técnicas
impressionistas. Usou frequentemente o método de pintura em plena
natureza de uma forma cada vez mais livre e mais espontânea.
O
seu desprezo e fuga da pintura tradicional trouxe-lhe o respeito dos
impressionistas. À partir de 1868, expôs regularmente no Salon,
que considerava o seu verdadeiro campo de batalha pela nova arte.
Seus
temas prediletos eram os associados à vida moderna, desenhando nos
bulevares e cafés de Paris, apesar dos críticos não o pouparem,
dizendo que Manet só era capaz de pintar o que estivesse em sua frente,
sendo incapaz de usar a imaginação.
Manet é visto como um dos fundadores da arte Moderna e foi muito significativo o título oficial da primeira exposição pós-expressionista, organizada por Roger Fry, em 1910: 'Manet e os Pós-Impressionistas'.
Manet é visto como um dos fundadores da arte Moderna e foi muito significativo o título oficial da primeira exposição pós-expressionista, organizada por Roger Fry, em 1910: 'Manet e os Pós-Impressionistas'.
Nos
seus últimos anos, ampliou o campo dos seus temas, elaborando
retratos e naturezas mortas.
Manet começou a sofrer de ataxia locomotora, com dores insuportáveis, após uma perna amputada devido à complicações da sífilis. As honrarias que tanto desejava, vieram tarde demais. Fora do tempo para serem apreciadas.
Morreu em 1883.