- Tais Luso de Carvalho
Francisco
de Paula Coimbra de Almeida Brennand nasceu em junho de 1927, na
cidade do Recife – Brasil. Ceramista, escultor, desenhista, pintor
e gravador.
Em
novembro de 1971, o artista começou a reconstruir a velha fábrica
de cerâmica São João da Várzea, fundada
pelo seu pai em 1917. Inicia a restauração
do conjunto e o transforma em um grande atelier, com áreas fechadas
para exposição e também em áreas em que as obras ficam expostas a
céu aberto.
Hoje,
após mais de 34 anos de trabalho intenso e obsessivo,
confrontamo-nos com esse complexo escultórico, cujo significado dá
relevo a um sentido da
arte mitológica
e religiosa
sonhado por
Francisco Brennand.
Em
sua obra, Brennand conta que existem várias
mulheres da mitologia greco-romana,
sobretudo latina, permeadas
por outras figuras femininas que o atraíram por serem mulheres
desafortunadas. Esse infortúnio parece que
acompanha a história da mulher, principalmente
como um centro de gravidade
de um universo passional.
Brennand
fez sem grande esforço uma coleção de esculturas onde várias
delas são mulheres muito infelizes, angustiadas, quase histéricas,
usando grandes cabelos negros e cujas cabeças são lançadas para
trás, ressaltando as gargantas inchadas e salientes, o que lhes dava
a aparência de pescoços mutilados.
Antes
de qualquer obra há um esboço de desenho e qualquer de seus
trabalhos são contínuos e obsessivos.
'Quando
pinto, sou um artista ocidental. Quando faço cerâmica minha pátria
é um abismo pelo qual vou resvalando sem saber o que encontrarei no
fundo'.
Em
suas pinturas vinham sempre pensamentos cartesianos, planejamentos
estruturados, intenções précias sobre a composição, a geometria
e, finalmente a matéria que só o pincel isolado pode criar e isso
tudo sem a definitiva ajuda mágica do fogo.
Desde
a juventude Brennand foi atraído tanto pela pintura como pela
literatura. Portanto livros de Dostoievski e de Emily Brontë tiveram
sobre sua formação de artista o mesmo peso da descoberta dos
mestres da pintura como Gauguin, Cézanne ou Van Gogh. E, estando na
Europa essas influências foram multiplicadas por dez. Nenhum jovem
estudante de pintura poderia escapar da influência de Pablo Picasso.
Entre 1940 e 1950 estudou em paris e
Barcelona.
Brennand
conquistou o prêmio de melhor documentário da Mostra Internacional
de São Paulo de 2012 e o troféu de melhor filme Nacional da
Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).
Pinturas
Veja os vídeos da história da oficina Brennand (até o final)
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Entrevista de Brennand ao Jornal do Comércio - agosto 2008.
Caderno de Arte ZH março 2013
Caderno de Arte ZH março 2013