- por Tais Luso de Carvalho
- Monumento às Bandeiras -
Uma das maiores esculturas do mundo - em bloco de granito de 50 metros de comprimento, por 16 metros de largura e 10 de altura. São 37 figuras, ao todo. Considerada um marco da cidade, é uma homenagem aos bandeirantes paulistas que estenderam as fronteiras brasileiras e desbravaram os sertões nos séculos 17 e 18. Esta obra foi inaugurada no dia 25 de janeiro de 1953 como parte das comemorações do 399º aniversário de São Paulo.
Seu nome de origem era Vittorio Brecheret, nasceu em Farnese – Província de Viterbo / Itália, em 1894. Filho de Augusto Brecheret e Paolina Nanni - que faleceu quando o pequeno Vittorio tinha apenas 6 anos de idade. Foi acolhido pela família do tio materno, Enrico Nanni, e com sua família emigrou para São Paulo, ainda na infância. Trabalhava com o tio numa fábrica de sapatos durante o dia, e à noite fazia cursos no Liceu de Artes e Ofícios.
Mudou o nome para Victor Brecheret, recorrendo à justiça, já com mais de trinta anos, para registrar-se no Registro Civil do jardim América – em São Paulo. Desta maneira obteve a nacionalidade, também brasileira.
O neoclassicismo dominava os círculos culturais que estimulavam as viagens de escultores à Europa à procura de vestígios, indiferentes à tensão renovadora que sacudia o velho continente.
Em 1913, já com 19 anos, seus tios o enviaram para Roma, para aprender a arte da escultura, mas dada a sua falta de formação, não foi aceito na Academia de Belas Artes. Porém, foi recebido como aluno de Arturo Dazzi, o mais famoso escultor italiano na época. Permaneceu em Roma 6 anos, voltando ao Brasil em 1919.
Frequentou vários estúdios de escultores, aprendendo a difícil arte de esculpir, como amassando o barro, aprendendo as formas e leitura do gesso, o estado da pedra e do mármore, aprendendo, também, a anatomia humana e animal, no período em que trabalhou como aluno de Dazzi.
Após estudar no Liceu de artes e Ofícios de São Paulo e em Roma, Brecheret teve seus trabalhos divulgados pelos modernistas como Di Cavalcanti, Menotti del Picchia e Mario de Andrade.
Brecheret distinguiu-se de outros escultores que transmitiam conceitos mais tradicionais. Até Monteiro Lobato, que hostilizava Anita Malfati, disse que Brecheret se apresentava como a mais séria manifestação do gênio cultural surgido naquela época.
Em Roma ganhou o primeiro prêmio na Exposição Internacional de Belas Artes. Em 1917, fixou-se em Paris, onde frequentou os grandes nomes do cubismo. De volta ao Brasil, participou da 'Semana de 22' – um dos acontecimentos mais importantes na formação do grupo modernista -, expondo suas obras no saguão do Teatro Municipal de São Paulo, juntamente com Vicente do Rego Monteiro, Di Cavalcanto e Anita Malfatti.
Em 1934 o governo francês adquiriu a sua obra Grupo para o Museu Du Jeu de Paume e o condecorou com a Cruz da Legião de Honra.
A construção do Monumento às Bandeiras, iniciada em 1933, por vários empecilhos só foi completada quase 20 anos depois. Era um artista que falava pouco de si e de sua formação.
Brecheret foi premiado como melhor escultor nacional na I Bienal de São Paulo, em 1951, morreu em São Paulo em 18 de dezembro de 1955.
A obra
Fauno - entidade campestre em 1942. Metade homem, metade cabra sobre uma pedra com um cacho de uvas e uma flauta nas mãos.
A obra
Depois do Banho pode ser visto
nos jardins do Largo do Arouche, na região central, inaugurada em
1932. Não há registros de que na época a nudez da obra tenha chocado os
paulistanos.
Algumas
obras:
Monumento
às Bandeiras / está no Ibirapuera – São Paulo
Duque
de Caxias / está na Praça Princesa Isabel – São Paulo
Depois
do Banho / Largo do Arouche
Fauno
/ está no parque Tenente Siqueira Campos – São Paulo
Eva
/ está na Prefeitura de São Paulo
Busto
de Santos Dumont / Aeroporto de Congonhas – São Paulo
Diana
Caçadora – Teatro Municipal de São Paulo
Morena
– Palácio do Planalto – em Brasília
Busto
do General Sampaio – Blumenau / SC
Anjo
– Cemitério da Consolação – São Paulo
Anjos
– Cemitério de São Paulo
Cruz
– Cemitério da Consolação
Portadora de perfume / Pinacoteca de São Paulo.
Fontes:
Artistas
Italianos nas Praças de São Paulo / Bruno Pedro Giovannetti Neto –
São Paulo Empresa das Artes, 1992
Grandes
Artistas / Sextante