30.12.10

MONET




- Tais Luso de Carvalho  

Existem duas razões para considerar Monet como o mais 'impressionista dos impressionistas': o seu eterno gosto pelos espaços abertos, parques, jardins, o campo inundado de sol e a precisão com que conduziu os seus estudos de pintura, numa intenção de reproduzir as vibrações de luz e da cor variável das coisas.

As telas dedicadas à Catedral de Rouen são o testemunho mais significativo desta perseverança. A sua coerência deu-lhe um papel relevante no seio do grupo dos impressionistas. Entre 1892 e 1894 pintou cinquenta quadros diferentes da Catedral de Rouen, vista sob todas as condições possíveis: com sol, ou chuva, ao nascer e ao pôr do sol, no verão e no inverno.

Monet não estava preocupado em mostrar a estrutura da Catedral, mas em observar como a estrutura parecia modificar perante os seus olhos à medida que a luz também mudava.

O ciclo de Ruão constitui uma das obras-primas da pintura impressionista e um dos maiores exemplos do tratamento de um único tema numa série.

Monet pôs em prática o conceito de sua missão como pintor: como não existe uma só realidade, o pintor não deve fixar essa realidade, mas ser capaz de captá-la na sua mudança constante.

Disse uma vez ' esqueçam o que têm perante os olhos, uma árvore, uma casa, um campo e pensem simplesmente: aqui está um pequeno quadrado azul, e ali um retângulo cor-de-rosa, acolá uma franja amarela, e pintem o que vos parece'.

Dois montes de feno, muito comuns na paisagem campestre, foram colocados no meio de uma tela - como pretexto -, o que contava era reproduzir os efeitos da luz. Monet usava uma série de pinceladas densas, muito coloridas; azul, branco, vários tons de vermelho e violeta.

As cenas marítimas marcaram sua vida, assim que ao chegar em Paris preferiu pintar o Sena do que as estátuas do Louvre. Imprimiu na dureza das telas, a vida. Foi com o impressionismo, com Monet, principalmente, que a pintura deixou a escuridão abafada dos estúdios para respirar ao ar livre. O próprio nome 'impressionismo' nasceu de um quadro de Monet: 'Impressões do Sol Nascente'.

Nascido em Paris em 1840, Claude Monet viveu no Havre de 1845 a 1858. Em 1859 regressou à capital onde frequentou a Academia Suiça. Pintava ao ar livre com Bazille, Renoir e Sisley. Conheceu Manet e participou da vida cultural de Paris. Em 1890 comprou a sua casa de Giverny e ali viveu até a sua morte – 1926 – continuando a pintar apesar de seus graves problemas de visão.

Luzes, movimentos, festas sem fim, alegria, felicidade, cores infinitas, poesia, sonhos: eis a pintura de Monet! 


A Ponte Japonesa em Giverny - 1899

The Studio Boat / 1874       

Regatta at Argenteuil       

Parlamento de Londres sob a bruma /1904

Jardins de Giverny - 1915

Les Nympheas - 1920/26