
A REVOLUÇÃO DA ESTÉTICA
Na segunda metade do século XIX, Paris assumiu a posição como centro dinâmico da arte moderna, situação que conservou até pouco depois da 2ª Guerra Mundial. Concentrados em alguns dos seus lugares mais típicos, como os bairros de Montmartre e de Montparnasse, artistas, pintores, escultores, gravuristas, escritores de todas as nacionalidades se reuniam para aspirar o clima criativo que emanava daquele excitante convívio.
Muitos resistiram prender-se à vida no ateliê, como também passaram a hostilizar o que era produzido pelas Academias de Belas Artes. Romperam com os ditames canônicos da arte, herdadas desde o tempo do Renascimento, impondo ao mundo ocidental a mais radical transformação estética que se conheceu.
Em 1824 o Salão de Paris exibiu uma exposição do pintor John Constable. Suas cenas rurais influenciaram alguns artistas jovens: tudo seria natural e também passaram a não pintar a natureza apenas como pano de fundo, servindo à cenas dramáticas ou mitológicas.
ESCOLA DE BARBIZON
Vários artistas, que integravam o realismo pictórico francês, começaram a se reunir no povoado de Barbizon e a seguir as idéias de Constable: eram Rosseau, Millet, Camille Carot, Daubigny, Narcisse, Virgilio Diaz, Troyon, Jules Dupré entre outros que, formando um grupo, reagiram ao formalismo romântico do Delacroix. Esse movimento deu-se entre 1830 a 1870, próximo ao povoado, no bosque de Fontainebleau.
O estilo continuava sendo o realismo, porém de entonação ligeiramente romântica, que se caracterizava por sua especialização quase que exclusiva em paisagens e o estudo direto do natural. Influenciou o resto da pintura francesa do século XIX, em especial o impressionismo.
Alguns desses pintores - como Milet - foram além da idéia original incluindo figuras em suas paisagens, como personagens da vida campestre e de seu trabalho. Para eles era mais importante o homem do que o cenário natural. Mas sem dramaticidade nem intenção de denúncia social. Tanto Millet como Russeau faleceram em Barbizon.
(fonte: historiador Voltaire Schilling, in A Revolução da Estética)
