25.11.18

EXPRESSIONISMO

Igreja de Auvers-sur-óise / Vincente Van Gogh

             - por Taís Luso


O Expressionismo surgiu na Alemanha, no qual os valores emocionais predominam e, encontraremos em diferentes épocas, escolas, artistas do passado tendências ou afirmações Expressionistas. As artes arcaicas , as dos selvagens e dos artistas populares, pela liberdade da técnica, deformação da imagem, exasperação da cor, recusa do realismo visual, natureza simbólica e dramaticidade, são geralmente Expressionistas. Assim como segue esta linha as pinturas de crianças e de alienados mentais.   

É a primeira grande tendência da pintura moderna. Suas manifestações iniciais datam de 1905 sob a influência de Van Gogh e do norueguês Edward Munch  /1863-1944.

Alguns artistas originais do passado, entre os quais estão Matias Grünewald (1470-1528), Jerônimo Bosch (1462-1516), El Greco (1548-1614), Goya (1746-1828), podem ser considerados como precursores do moderno Expressionismo.

As farpas de George Grosz – 1893, os murais  de Diego Rivera são obras clássicas do expressionismo moderno. Os pobres e os cangaceiros do brasileiro Portinari estão na mesma linha, saturados de críticas sociais.

Mas, no ano de 1905, na cidade alemã de Dresden, reuniram-se vários pintores: Ernst Ludwig Kirchner, Eric Henckel, Karl S.Rottluff, Max Pechstein e Emil Nolde. Organizaram-se num grupo - Die Brücke – uma denominação simbólica que significava ‘A Ponte’, algo entre o visível e o invisível. Mais tarde recebem a denominação de Expressionistas, dada pelo editor e poeta H. Walden.

Realizaram diversas exposições até 1913 quando por dissidências internas e aproximação da Primeira Grande Guerra o grupo se dispersou.

Depois da guerra, os Expressionistas alemães ressurgem mais numerosos. O advento do regime nazista, em 1933, decreta-lhes o desaparecimento. Suprimindo todas as liberdades, Hitler suprimiria, também, a da criação artística. Considera-os degenerados, expressão da decadência capitalista, dando início a uma perseguição e expulsando-os da Alemanha.

Terminada a segunda guerra e destruído o nazismo, reapareceram as tendências Expressionistas alemãs, inclusive e, sobretudo, nas formas abstratas.
O pintor Expressionista é o contrário do Impressionista: o seu conhecimento e interpretação do mundo fazem-se à base de sentimentos, não de sensações. Aparecem sentimentos de amargura, interrogações espirituais, pessimismo, críticas sociais e políticas. Não tem por objetivo representar visualmente as aparências da natureza ou as imagens exteriores, mas utilizá-las para expressar suas realidades interiores, de modo direto e intenso. Era o que Van Gogh fazia.

Por esse motivo, pela veemência dos sentimentos do artista, o Expressionismo é uma pintura deformadora das imagens da realidade. A deformação torna-se, portanto, a característica mais geral da pintura expressionista. Para melhor exprimir sentimentos intensos e geralmente dramáticos a pintura Expressionista não pode ter maiores preocupações com a criação de valores predominantemente estéticos, isto é, valores rítmicos de composição, valores plásticos de formas e cores ou valores baseados na regularidade da forma e no equilíbrio das proporções. O Expressionismo não permite princípios tradicionais de beleza. É a explosão da emoção.

O Expressionismo recusa o aprendizado técnico, no sentido tradicional; cada pintor cria uma técnica pessoal, adequada aos seus fins expressivos, realmente intransferível. O pintor expressionista é um solitário, desenhando e pintando de acordo com as exigências de sua sensibilidade.

Os Retirantes / Portinari

Antonio Veronese

Solo / Max Weber 1918
Die Eltern des Künstlers / Otto Dix - 1926
O Grito / Edvard Munch