21.9.08

O ARTISTA DAMIEN HIRST


Bezerro de ouro, no formol / Hirst


- Tais Luso de Carvalho 

Damien Hirst é um artista inglês, o mais importante do Reino Unido, da atualidade. Sua ascensão ocorreu especialmente nos anos 90, dedicando-se aos temas como vida, amor, verdade, imortalidade, religião e morte. É o artista vivo mais cotado no mercado internacional. Sua obra intitulada ‘Pelo amor de Deus’, um crânio humano envolto em camada de platina e com mais de oito mil diamantes foi vendido - em 2007 - por nada menos do que cem milhões de dólares a um grupo de investidores.


O artista causou ‘frisson’ ao abandonar o tradicional método de vender as obras por intermédio de agentes e galerias, optando por levar seus trabalhos diretamente para a casa de leilões Sotheby’s. Arrecadou 125 milhões de dólares na última segunda-feira. Em 1993, um evento semelhante, com as obras de Picasso arrecadou 20 milhões de dólares. O ‘Bezerro de Ouro’, de Hirst, alcançou, agora, 16, 5 milhões de dólares.


Provocante, Hirst convida o público a refletir sobre estes temas diante de uma carcaça de touro crivada de flechas, telas a óleo recriando cirurgias de parto, tubarões preservados em formol, esqueleto infantil, feito de prata e dentro de uma incubadora (perturbador de se ver), animais com cabeça decepada, dentro de um tanque de formol, e por aí afora...


Nascido em 1965 em Bristol, ganhou fama internacional com a série ‘Natural History’, que consistia na exibição de animais mortos, conservados em formol, criando imagens que causam desconforto e questionam o sentido da vida. Conhecidos, também, e apreciados, são seus ‘spot paintings’, círculos coloridos.


Participou de numerosas exposições da arte contemporânea, vindo desde os anos 90 até hoje. Mas a morte é o centro das atenções de Damien Hirst. Atualmente vive e trabalha em Londres e Devon.


Suas obras são consideradas ‘arte mórbida’, porém tem seus admiradores e colecionadores... Seu patrimônio é estimado em 1 bilhão de dólares.


Caso alguém queira ver as obras de Damien Hirst, é só colocar seu nome no google e clicar em imagens. Não quis postar aqui as obras mais impactantes, como os animais sem cabeça, o touro morto cravado de flechas - com o olhar semi-aberto - e o esqueleto da criança numa incubadora... como outras obras mais fortes.



18.9.08

ROCOCÓ

obra de Watteau

Matéria neste link: Cique aqui.


O Balanço / Joan Honoré Fragonard - 1766
Fragonard




13.9.08

PINTURA E ESTILO GÓTICO


Se algum estilo parece englobar tudo quanto distingue a Idade Média, do mundo clássico da Grécia e de Roma, esse estilo é certamente o Gótico. Mas esse estilo arquitetônico se difere na França, na Inglaterra, na Bélgica, na Alemanha, na Itália, na Espanha por absorverem influências de outras culturas. 

Partindo da arquitetura do século XII, o gótico era ditado  quase exclusivamente para fins religiosos. Na Itália, foi Giotto, pintor da época da transição, entre o gótico e o Pré-Renascimento , que estabeleceu novos critérios.

E foi em pleno Renascimento que se deu a classificação de gótico ao estilo das belas catedrais construídas nos séculos XII e XIII em moldes aparentemente bem diverso das basílicas românicas.

Atribui-se a Jorge Vasari, escritor da época e discípulo de Michelangelo, a difusão do termo, com o sentido de censura, que envolvia o mais belo estilo arquitetônico da idade Média. Desse movimento saiu a nova designação daquela arte que passou a ser 'ogival' (arco quebrado) um dos elementos de que sua estrutura era composta. (foto abaixo).

Entre os anos de 1200 a 1400 a pintura européia pode ser caracterizada pela libertação de duas influências dominadoras: a dos mosaicos e ícones bizantinos, muito convencionais e rígidos, e a das miniaturas – ilustrações feitas à mão dos livros medievais. 

O Relicário de São Taurino 1240-53 (abaixo), em prata e cobre dourado com placas de esmalte. Alt., 7- cm Igreja de São Taurino / Normandia. Ilustra a transição verificada nesse tipo de objeto, em meados do sé.XIII. Era concebido como tumba, e passou a inspirar-se na forma de igrejas ou capelas.



À medida que a sociedade européia começa a emergir da economia agrária e artesanal da Idade Média, para alcançar a economia manufatureira e mercantilista da Renascença, começam também a desaparecer as formas artísticas correspondentes que na pintura se expressavam justamente pelos estilos românico e bizantino. Ao vitral, no entanto, pertencem as maiores honras da pintura gótica. 



O pintor gótico do norte da Europa era bastante analítico e, pela veemência do sentimento religioso, muito simbólico e formador de imagens da realidade. Porém estava voltando gradualmente à observação da natureza, à representação realista do mundo à base de sensações. Não era mais o místico bizantino ou românico que representava a realidade à base de idéias religiosas carregadas de simbolismo. Voltou a transmitir a ilusão de espaço e do volume, aplicando a perspectiva, o claro e o escuro, assim com maior realismo na paisagem e nos movimentos do corpo.

No último período da arte gótica, as formas tornaram-se rebuscadas e miúdas  aproveitado-se de folhas de salsa,  de couve, da chicória e outras, para temas de ornamentação. 

Na última fase da pintura gótica, nos anos de 1400 a 1500, apareceram os pintores pré-renascentistas. Distinguiam-se pela progressiva libertação do convencionalismo bizantino e da minúcia oriunda das miniaturas. Os italianos Giotto (1266-1336) e Masaccio (1401-1428) antecipam essa libertação. 

Na transição da pintura gótica para a pintura renascentista ocorreram acontecimentos de enorme conseqüência na técnica de pintar: descobriram e aperfeiçoaram a pintura a óleo dissolvidas no óleo de linhaça. 

A pintura gótica tem as mesmas características da pintura bizantina e românica e é, na sua maior parte, substituída pelo vitral, maravilhosa criação do espírito medieval. (fig. abaixo)

A arte gótica é também chamada de Arte das Catedrais ou arte das Ogivas. Surge no final do século XII, na França. É Uma fusão de elementos clássicos, bizantinos e bárbaros. 

Giotto, como um dos maiores representantes do estilo gótico, tem como sua principal característica  a aproximação dos santos com o ser humano. Assim, a pintura de Giotto dá uma humanização do mundo até a chegada do Renascimento.

Suas maiores obras são os Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis na (Itália) e Retiro de São Joaquim entre os Pastores.



Pintura Gótica / Espanha


Arcos Ogivais
Três elementos essenciais precisam reunir-se para que o estilo gótico se caracterize:
- o arco quebrado ou ogival
- a abóbada de arestas sobre cruzamentos de ogivas
- arco botante

Matriz de Espinho / Portugal
Ao vitral pertencem as maiores honras da pintura Gótica



Mais Arte Gótica no blog: AQUI

Fontes:
Estilos Artísticos - Armando de Lucena /Lisboa 1939 (raridade)
O Mundo da Arte - Ed.Expressão e Cultura / Mundo Medieval

10.9.08

PINTURA CRISTÃ PRIMITIVA

Pintura cristã primitiva / catacumba


Depois de Roma antiga, chega-se a um ponto culminante, não só da história da pintura, como da história da própria humanidade européia. O advento do Cristianismo, feito religião oficial do Império Romano, pelo Imperador Constantino, no ano de 313, em Milão.


Às portas da Idade Média. Nasce a primitiva pintura cristã, que vem da obscuridade e do temor das catacumbas.


Como a neolítica, a egípcia, a grega arcaica e diversas tendências, afasta-se da observação direta da realidade, embora figurativa, porque está de novo a serviço exclusivo da religião. Por isso deixa de ser realista para tornar-se simbólica e deformar as imagens da realidade. Possuindo do mundo uma concepção mística e não a racionalista, como o possuíam o grego clássico e o romano, o pintor cristão primitivo fecha os olhos à realidade exterior para abri-los às suas realidades interiores de crente. Representa verdadeiras abstrações – os dogmas e mistérios da nova fé, ora de forma abstrata, ora de forma figurativa


Mas a fase anterior ao reconhecimento chama-se Catacumbária, porque as suas manifestações ocorriam em catacumbas e cemitérios subterrâneos onde os primeiros cristãos enterravam seus mortos. Esta fase estendeu-se do séc I ao IV.


Arte nas catacumbas
Nos primórdios da era cristã, a arte toma características totalmente diversas da encontrada até o Império Romano. Inicialmente os cristãos eram proibidos de praticar seus cultos, mas após o século IV, Constantino libera e oficializa a religião cristã  que passa a ser religião também das classes ricas. A primitiva pintura cristã inspira-se diretamente nas formas da pintura pagã helenística e romana. 
Isto ocasionou duas grandes divisões na Arte Cristã Primitiva: 


- Arte Paleocristã ou das Catacumbas 
- Arte Triunfal.


A primeira - Paleocristã - desenvolve-se em Roma e a segunda Triunfal, tem suas origens no Oriente e, após, estende-se para o Ocidente.

Quando os cristãos refugiaram-se nas catacumbas - pela perseguição dos imperadores romanos – ficou como registro uma arte pobre, em razão da vida em que foram obrigados a levar, porem apresentavam pinturas, esculturas, poesia e música. A pintura é mural, ornamental e figurativa em afresco. 


Episódios bíblicos, figuras isoladas e motivos alegóricos como a pomba, simbolizando o Espírito Santo, o peixe simbolizando Cristo, a fênix representando a Ressurreição e outros. Essas pinturas eram feitas nas catacumbas e em túmulos.

A escultura era mais rara, aparece em túmulos e sarcófagos, quase sempre em baixo relevo, quase sempre com motivos bíblicos ou relatos da vida do morto. Em alguns túmulos aparecem poesias cantando a saudade do falecido.

Catacumbas de Santa Priscila, Roma / séc II
Maria com o Menino

Após a liberdade de culto proporcionada por Constantino aos cristãos, surge a arte Triufal. 

-----------

A Triunfal se divide em dois estilos completamente distintos: 

Bizantino, no Oriente  
Românico no Ocidente. 
Inicia no século IV e estende-se ao século XII. 

Ver em Bizantinos e Românicos - aqui

- Fonte: História da Arte - ed. Mercado Aberto




PINTURA ROMANA ANTIGA

detalhe do afresco vila dos Mistérios - Pompéia

Conhecida há séculos como a Cidade Eterna, Roma é um dos lugares mais impressionantes do mundo. Sua história é marcada pelas conquistas de seus soberanos e pelo desenvolvimento de sua sociedade. Foi às margens do rio Tibre, na região central da península itálica, que floresceu por quase 12 séculos uma civilização que transformaria para sempre a história do mundo ocidental.

O Império Romano começou a se formar em torno do mar Mediterrâneo por volta do século VIII antes de Cristo e sucumbira no século V da era Cristã. Um período importante da história ocidental que serve até hoje como referência no mundo moderno. Sua herança direta se encontra presente em diversas áreas – na arquitetura, nas leis do Direito, no idioma, na política e na filosofia do Ocidente. A história de Roma é estudada desde sua origem, passando pela fase Monárquica, pela República até o Império.

Roma começou a ser povoada a partir de 2000 a.C. Povos que descendiam dos arianos gregos se deslocaram para o centro e para o sul da península Itálica. Estes povos primitivos formaram vários grupos: latinos, samnitas, úmbrios, volscos e sabinos.

Roma chegou a governar o mundo, foi o Centro do maior Império da antiguidade e sua influência foi sentida em toda a Europa, parte da Ásia e parte da África, pois os romanos tinham como objetivo a conquista do mundo. Os romanos dedicavam-se à arte de governar e fazer leis.

Os etruscos influenciaram culturalmente a grande maioria dos povos itálicos. Mas a maior influência cultural e artística foi legada à Roma. As primeiras manifestações artísticas verificadas em Roma foram o Templo de Júpiter, na colina do Capitólio onde se encontrava a célebre lôba em bronze, ligada à lenda de Rômulo e Remo. Introduziram o átrio das habitações e o arco como elemento fundamental na arquitetura. 
Progressivamente os etruscos perdem força e passam a unir-se à arte romana. 

 Mulher tocando cítara


Afresco da Vila dos Mistérios - Pompéia  /  clique obra
O romano antigo não era um povo dotado de imaginação criadora e sensibilidade artística. Possuía era senso prático e político. Adaptou ao seu temperamento utilitarista, e, sobretudo, aos seus interesses políticos, as formas artísticas dos povos que ia conquistando e submetendo.

As influências gregas foram as mais decisivas na sua arte. Recebeu-as primeiro através dos etruscos, povo industrioso de remotas e obscuras origens gregas, instalado no meio da península.

Depois foram as influências das colônias gregas do sul da Itália e da Sicília. Finalmente influências diretas da Grécia, depois da conquista militar, quando em Roma se tornou moda adotar idéias e costumes gregos. Enquanto os gregos pensavam que as coisas úteis deveriam ser belas, os romanos diziam que o belo deveria ser útil.

Por isso, na técnica e na expressão, a pintura romana é uma variante da pintura grega das fases clássica e helenística. Apenas, por ser de caráter prático, o romano acentuou-lhe as finalidades decorativas, aplicando com maior freqüência à arquitetura, dando-lhe forte realismo.


Zeus - influência etrusca / clique foto
Estátua equestre de Marco Aurélio - Museu Capitolino / clique foto
Dedicando-se à arte da guerra não tinham tempo para as Belas-Artes. Mas quando conquistaram a Grécia, em 146 a.C. sofreram a influência do espírito grego. Como dizem os versos de Horácio:

"A Grécia vencida subjugou o feroz vencedor com a fascinação de sua arte."

O império Romano foi grandioso, mas o luxo, a indolência, o vício e a corrupção levaram os romanos à decadência e à extinção do seu império. Com a queda do Império Romano do Ocidente tem início a Idade Média.

Loba / Rômulo e Remo mamando - no templo de Júpiter

Os afrescos da cidade de Pompéia - soterrada pelo vulcão Vesúvio no séc I a.C – representam bem este período antigo. Cenas do cotidiano, figuras mitológicas e religiosas e conquistas militares foram temas das pinturas romanas, já que Roma era voltada para isso e para coisas estritamente práticas. Pintavam paisagens, retratos, e pinturas retratando suas conquistas.

Usavam tinta feitas com materiais retirados da natureza, como de metais em pó, substâncias retiradas da madeira ou extraídas de moluscos.

As cidades de Pompéia, Herculano e Stabia foram as mais importantes e, muito de sua arte pictórica, foi destruída pela erupção do Vesúvio no ano 79 a.C.

Por isso a  dificuldade de serem mostradas as antigas pinturas em superfícies lisas – quadros arquitetônicos fantásticos.

Afresco Römischu Meister Um
Afresco romano - Enéas e Di
Afresco Vila Farnesina




fontes: 
A cidade Eterna ed.Escala; 
Introdução da Arte ed.Mercado Aberto
Carlos Cavalcante, a pint.romana.